O Partido Socialista Brasileiro (PSB) sai em defesa do ex-presidente da agremiação, Eduardo Campos.
Em nota oficial, nesta tarde de terça-feira, a agremiação desmentiu acusações da Polícia Federal, no bojo da operação Turbulência, lançada nesta manhã, em Pernambuco e Goias.
A nota, assinada pelo presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira, além de rebater as conclusões da PF, defende a imagem do ex-governador do Estado.
Em Pernambuco, o comando estadual do PSB não se manifestou. “A direção nacional do Partido Socialista Brasileiro – PSB, em face da Operação Turbulência, da Polícia Federal, noticiada hoje (21) pela imprensa, informa à sociedade brasileira ter plena confiança na conduta do nosso querido e saudoso Eduardo Campos, ex-presidente e ex-governador de Pernambuco”. “O Partido apoia a apuração das investigações e reafirma a certeza de que, ao final, não restarão quaisquer dúvidas de que a campanha de Eduardo Campos não cometeu nenhum ato ilícito”, descreve Carlos Siqueira, Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro Os quatro presos na operação Turbulência já foram enviados para o presídio provisório do Cotel, em Abreu e Lima Nesta quarta-feira, a Polícia Federal promete divulgar as imagens dos bens apreendidos e fazer um balanço da operação.
Um dos procurados foragido.
LEIA TAMBÉM » Provas usadas na Operação Turbulência são de inquérito sobre suposta propina na campanha de Eduardo Campos em 2010 » PF investiga compra de jatinho que transportava Eduardo Campos em campanha presidencial e esquema milionário de lavagem de dinheiro A Operação Turbulência, que levou à prisão de três empresários em Pernambuco nesta terça-feira (21), começou no início do ano para investigar quais seriam os verdadeiros donos do jatinho que transportava o ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial dele, em 2014, quando ele morreu após a queda do avião.
Inicialmente seriam duas empresas, uma delas a Geovane Pescados, em nome de Geovane Barreto, um pescador.
LEIA TAMBÉM » Agora na Operação Turbulência, FBC volta a ser citado em suposto esquema para campanha de Eduardo Campos » Envolvido na Operação Turbulência é preso enquanto malhava em academia no Recife As suspeitas começaram pelo fato das duas empresas serem muito pequenas, de ramos diferentes, comprando um avião de valor milionário. “É suspeito uma empresa de pescados ter adquirido um avião. É uma empresa de pescados em nome de um pescador que nem foi localizado porque está em alto mar pescando”, afirmou a delegada da Polícia Federal Andrea Pinho.
A Justiça expediu contra Geovane um mandado de condução coercitiva, para que ele prestasse depoimento à PF.
Além da Geovane Pescados, a CRM Material de Construção também comprou o jatinho.
Durante as investigações, a PF descobriu a participação de várias outras empresas de fachada e de “laranjas”.
Até agora, foram identificadas 18 contas bancárias de envolvidos no esquema, sendo a maioria de empresas jurídicas e apenas duas de pessoas físicas.
Dezessete contas são registradas em Pernambuco, a maioria na Região Metropolitana do Recife, e algumas com o mesmo endereço.
Apenas uma é de Goiás, pertencente à empresa West Pneus. » Ouça a íntegra da coletiva de imprensa da Polícia Federal que explicou o caso: Pelo menos de 2010 para cá, a movimentação nas 18 contas somam R$ 600 milhões.
Ainda não se sabe a origem e o valor exato do dinheiro usado na compra do jatinho, mas o valor estaria incluso nesse montante.
Quatro empresários foram presos preventivamente nesta manhã, dos quais apenas um, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, afirma ter comprado o avião.
Também foram presos Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira, Arthur Roberto Lapa Rosal.
Um quinto empresário, Paulo César de Barros Morato, teve mandado de prisão decretado e está foragido. » Agora na Operação Turbulência, FBC volta a ser citado em suposto esquema para campanha de Eduardo Campos » Envolvido na Operação Turbulência é preso enquanto malhava em academia no Recife De acordo com a Polícia Federal, dos cinco empresários com mandado de prisão decretado, três deles eram os “líderes” do esquema – servindo como ‘testa de ferro’ de políticos, distribuindo recursos ilícitos “lavados nas 18 contas bancárias” para as campanhas eleitorais.
Duas dessas seriam as de Eduardo Campos (PSB) em 2010, para a reeleição ao Governo de Pernambuco, e em 2014 para a presidência.
Os recursos seriam desviados de contratos da Petrobras e de obras da Transposição do Rio São Francisco.
Foram compartilhadas nessa investigação provas recolhidas pela Justiça Federal do Paraná e do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lava Jato.