Executivos e operadores ligados ao Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, e a Odebrecht foram sócios em um banco localizado no Caribe, que foi usado para o pagamento de propina.

A informação foi repassada através da delação premiada do operador Vinícius Veiga Borin.

De acordo com a publicação do jornal O Globo, ele detalhou como as duas empresas usaram terceiros para adquirir o Meinl Bank Antígua, no arquipélago caribenho de Antígua e Barbuda.

O objetivo, segundo os investigadores, era facilitar a ocultação dos repasses ilícitos.

Durante a 26ª fase da Lava-Jato, Operação Xepa, a força-tarefa da Lava-Jato encontrou indícios que, juntas, as duas empresas haviam movimentado pelo menos U$ 117 milhões para o pagamento de propina entre 2008 e 2014.

Arena Pernambuco Em 2013, antes da Copa das Confederações, a Arena Pernambuco mudou de nome.

Após batizar a Fonte Nova em Salvador, o Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, fechou contrato com o consórcio que administra a Arena, liderado pela construtora Odebrecht e deu nome também ao recinto pernambucano.

Com o acordo, o estádio passou a se chamar Itaipava Arena Pernambuco.

O contrato foi firmado por dez anos, pelos quais a companhia se comprometeu a desembolsar R$ 100 milhões. ‘Banco da propina’ O executivo Vinícius Veiga Borin, novo delator da Operação Lava Jato, afirmou que o Meinl Bank Antigua, supostamente adquirido pela Odebrecht para repassar propinas no exterior, movimentou pelo menos US$ 1,6 bilhão.

Em depoimento prestado no dia 17 ao procurador regional da República Orlando Martello, o delator declarou que “tem conhecimento que o Meinl Bank tem contas operacionais da Odebrecht, da mesma forma em nome de offshores”.

Ele não revelou, porém, os nomes das offshores e nem quem as controla.

Vinícius Borin relatou transferências “suspeitas” das contas associadas à Odebrecht que somam ao menos US$ 132 milhões.

Ele trabalhou em São Paulo na área comercial do Antigua Overseas Bank (AOB), entre 2006 e 2010.

Borin e outros ex-executivos do AOB se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então integrantes do Departamento de Operações Estruturadas - nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo Lava Jato - da Odebrecht para adquirir a filial desativada do Meinl Bank, de Viena, em Antigua, paraíso fiscal no Caribe.

A empreiteira está negociando acordo de leniência.

Seu principal executivo, Marcelo Odebrecht, está próximo de acertar delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.

Em seu depoimento, Vinícius Borin disse que “não pode afirmar” que Marcelo Odebrecht tinha conhecimento da estrutura financeira do esquema. “Mas pelo volume de dinheiro e da estrutura criada considera ser impossível ele (Odebrecht) não ter tido conhecimento de seu funcionamento”, argumentou o delator.