Sem alarde, o prefeito Geraldo Júlio (PSB) recebeu, nessa quinta-feira (16), um alerta de responsabilização do TCE sobre a paralisação das obras do estádio municipal “Geraldão”, na Imbiribeira.
A notificação foi assinada pela conselheira Teresa Duere, relatora das contas do “Geraldão”.
Segundo o relatório técnico do Núcleo de Engenharia do TCE, o contrato para a obra foi assinado em 18/06/2013 com a empresa Cinzel Engenharia.
LEIA MAIS: » Vereador André Régis denuncia que Geraldão virou um “mega foco de dengue” » Sobre Geraldão, vereador Gilberto Alves diz que André Régis quer “confundir o povo do Recife” O TCE realizou quatro vistorias durante o período de obras, encontrando variados problemas, o que resultou na abertura de um processo específico de auditoria (1502403-9) para investigar a Prefeitura do Recife. “O contrato inicial com a construtora era no valor de R$ 34 milhões, sendo posteriormente ampliado, através de aditivo formalizado, para R$ 45 milhões.
Depois de concluído 1/3 dos serviços previstos, a obra foi paralisada de agosto de 2014 até abril de 2015, em consequencia do atraso na liberação do financiamento da Caixa Econômica Federal no valor de 20 milhões.
Os serviços foram reiniciados em maio de 2015, com a liberação deste financiamento.
Em novembro de 2015 a construção foi novamente paralisada por falta de recursos e continuava paralisada até a data desta vistoria”, disse o relatório dos engenheiros do TCE. » Priscila Krause critica nova prorrogação da inauguração do Geraldão » Paulo Câmara repassa R$ 8,125 milhões à PCR para Geraldo Julio solucionar paralisação da obra do Geraldão Um detalhe que chamou a atenção do TCE, levando a notificação do prefeito, é que a obra só tem 30% (trinta por cento de execução), apesar de, entre recursos próprios e da Caixa, terem sido disponibilizados valores maiores para a obra.
Só a Caixa liberou 44% do valor total da obra, em financiamento.
O assunto está sendo investigado na auditoria.
Outra preocupação dos engenheiros do TCE, que motivou o alerta da conselheira Teresa Duere, é o fato da obra ter virado foco do mosquito “aedes-aegypti”. “Em razão de não ter sido executada a cobertura do ginásio, toda a região passou a acumular grande quantidade de água parada, principalmente na área de quadras onde se formou uma lagoa, assim se convertendo todo o local em provável vetor de proliferação de insetos, notadamente o mosquito aedes-aegypti, transmissor da dengue e outras mazelas”, disse a conselheira Teresa Duere, em despacho no processo.
Confira os documentos do TCE: Obras Geraldão from Portal NE10 Segundo a conselheira Teresa Duere, a situação de abandono da obra causa prejuízo crescente às instalações do ginásio de esportes, haja vista a deterioração geral dos serviços já executados.
A própria diretora de Obras da Prefeitura do Recife, Ana Cláudia Lapa, reconheceu, por escrito em 26 de maio, que as informações colocadas pelos engenheiros do TCE sobre a obra estavam corretas.
O TCE notificou o prefeito Geraldo Júlio de que ele poderá “responder pessoalmente pelos eventuais danos decorrentes da omissão” e requisitou que ele preste em 20 dias informações conclusivas sobre as providências que irá adotar.
Ainda, o TCE já adiantou que, em 60 dias, fará nova vistoria da obra abandonada.
Em visita às obras no último dia 7 de junho, o vereador André Régis, do PSDB, mostrou a situação do Geraldão; confira: https://youtu.be/A7-RJXrRRhU