Estadão Conteúdo - Ao manifestar-se pelo fim do segredo sob a delação do ex-diretor da Transpetro Rodrigo Machado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que a manutenção do sigilo poderia causar uma crise institucional entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
LEIA MAIS: » Sérgio Machado afirma que captou para Jandira Feghali, diz jornal » Machado aponta Temer, Sérgio Guerra e outros políticos em propinas da Transpetro » Lewandowski rejeita recurso de Dilma para incluir áudios de Machado no processo Janot também chamou de “criminosos” os vazamentos de pedidos de prisão de integrantes da cúpula do PMDB que tinham como base o depoimento de Machado.
A falta do contexto das declarações do ex-executivo gerava, segundo ele, especulações distorcidas a respeito de sua atuação na Procuradoria-Geral da República. “A manutenção do sigilo da íntegra dos áudios, dos depoimentos prestados pelos colaboradores e do próprio pedido de prisão hoje é nocivo à efetividade das investigações e pode desencadear uma crise institucional entre os Poderes”, escreveu o procurador-geral da República na peça. » José Sarney diz que vai processar Sérgio Machado » Defesa de Dilma pede inclusão de delação de Sérgio Machado no impeachment » Temer afirma respeito a limites de recursos de campanha; PSDB repudia acusações de Machado Janot diz que, “certamente”, o responsável pelo vazamento dos pedidos de prisão contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-senador José Sarney (PMDB-MA) tinham “clara intenção de esvaziá-los”.
Embora não tenha como base a delação de Machado, também acabou vazando um pedido de prisão contra o presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), gerando uma situação atípica no Supremo Tribunal Federal (STF).
O alvo do pedido foi autorizado a se manifestar sobre a possibilidade de ser preso antes de uma decisão sobre o caso.
Alvo de inúmeras críticas sobre a condução do caso, Janot fez, na semana passada um pronunciamento duro, em que negou que a PGR tenha sido responsável pelos vazamentos como forma de pressionar o relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, a decidir pela prisão dos políticos. » Delação de filho de Machado causa apreensão no PMDB » “Aécio é o cara mais vulnerável do mundo”, afirma Machado em conversa com Renan » PT estuda novo pedido de impeachment de Temer com base em delação de Sérgio Machado Em resposta às críticas de que dá prioridade a inquéritos contra políticos específicos e se concentra em investigar membros de determinados partidos em detrimento de outros, Janot disse que não faz distinção entre os investigados, não tem “transgressores preferidos” e que não atua como justiceiro. » Dilma pressiona governo Temer sobre Transposição e avisa: “Não vou renunciar” » Sérgio Machado deverá devolver R$ 75 milhões aos cofres públicos » Machado revela propina de R$ 1 milhão para Aécio e caixa 2 do PSDB em 1998 e 2000 A polêmica resultou em um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República protocolado no Senado pelo Movimento Brasil Livre (MBL).
Renan afirmou que já rejeitou cinco peças semelhantes, mas que essa ele irá avaliar e anunciou que terá uma resposta sobre o assunto na semana que vem. (Gustavo Aguiar).