Estadão Conteúdo - Responsável pela abertura e a condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sofreu na terça-feira, 14, sua maior derrota política desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro de 2015.
Os votos decisivos para a aprovação do parecer pela cassação de seu mandato partiram justamente de quem os aliados de Cunha apostavam que seriam a seu favor: Tia Eron (PRB-BA) e Wladimir Costa (SD-PA).
LEIA MAIS: » Planalto teme reação de Eduardo Cunha » STF dá cinco dias para Cunha se manifestar sobre pedido de prisão » Cassação de Cunha: veja como votaram os deputados do Conselho de Ética Integrantes do Centrão, grupo liderado por Cunha, já davam como certa, após o resultado, a cassação do peemedebista no plenário e a realização de novas eleições na Casa.
Por ser o maior bloco informal da Câmara, com cerca de 250 deputados, o grupo quer eleger o sucessor de Cunha.
Os cotados são Jovair Arantes (PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Rogério Rosso (PSD-DF) e o atual líder do governo, André Moura (PSC-SE).
Para aliados, a única chance de Cunha se salvar agora é se a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar um recurso que ele prometeu apresentar nos próximos dias ou um parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) mudando o rito de votação do processo por quebra de decoro parlamentar, o que permitiria a aplicação de uma punição mais branda. » Após suspense, Tia Eron vota pela cassação de Cunha » Conselho de Ética encaminha votação de Eduardo Cunha » Justiça Federal determina indisponibilidade de bens de Cunha e Claudia Cruz » Eduardo Cunha tenta reverter jogo e critica manobras para adiar votação sobre cassação O peemedebista já começou a operar para obter maioria no colegiado.
Após pressão do presidente afastado da Câmara, o PTN e o Solidariedade anunciaram na terça-feira mudança em integrantes na comissão.
O Solidariedade tirou o deputado Major Olímpio (SP), contra o parecer de Lira e favorável à cassação de Cunha, e o substituiu pelo deputado Lucas Vergílio (GO), que votará a favor de Cunha.
Já o PTN trocou o único membro da vaga de titular a que tem direito no colegiado.
A sigla substituiu o deputado Bacelar (BA), que é favorável à cassação, pelo deputado Carlos Henrique Gaguim (TO), aliado de Cunha. » Solidariedade volta atrás e vota pela cassação de Cunha » Por 11 a nove, Conselho de Ética aprova cassação de Eduardo Cunha » Jarbas Vasconcelos comemora parecer contra Cunha. ”O mínimo da decência parlamentar prevaleceu” Autores da representação, PSOL e Rede concluíram que o resultado no Conselho de Ética deixa Cunha com poucas chances de se salvar no plenário.
A previsão é de que a votação final ocorra antes do recesso de julho. “No plenário, Eduardo Cunha não tem nenhuma chance”, disse o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).
Em nota, Cunha afirmou que vai recorrer.