Com informações da Agência Brasil e da Estadão Conteúdo O depoimento do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura André Nassar, chamado pela defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), nesta terça-feira (14), foi o mais breve até agora da Comissão Processante do Impeachment no Senado.
Devido a um acordo na base aliada de Michel Temer (PMDB), ele foi foi dispensado após poucas perguntas.
Nassar chegou a afirmar, porém, que o Banco do Brasil (BB) tinha interesse em “fazer o dinheiro girar” ao emprestar dinheiro do Plano Safra para produtores rurais, mesmo recebendo os repasses em atraso por parte do governo.
LEIA TAMBÉM » Secretário do TCU afirma à Comissão do Impeachment que Dilma violou a lei » Autora de pedido diz não ter certeza se impeachment será confirmado A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) afirmou que a testemunha não tinha condições de responder às perguntas necessárias por não ser advogado e não ter trabalhado no Banco Central. “Diante do fato de que nós estamos tratando das pedaladas fiscais, e o que está sendo discutido aqui são basicamente duas irregularidades, entendo que a testemunha não tem condições de respondê-las.
Primeiro porque não é advogado para entender se houve ou não uma operação de crédito”, afirmou a peemedebista. “E tendo em vista que não trabalhou no Banco Central, para tentarmos entender por que o Banco Central não contabilizou essa dívida, que é uma dívida pública muito grande com os bancos públicos, na época de mais de R$ 40 bilhões, fora a subdimensão também do resultado primário de R$ 7 bilhões”, acrescentou. » Jarbas Vasconcelos diz que consolidação do impeachment dará mais tranquilidade a Temer » Pesquisa CNT: 68,2% acham que Dilma sofrerá impeachment Os aliados do governo, como ela, queriam evitar, porém, que a sessão se estendesse e aproveitar para acelerar o processo.
Terça-feira é dia de sessão deliberativa no Senado e, caso se iniciasse alguma votação no plenário da Casa, a comissão precisaria interromper seu trabalho.
DEPOIMENTO - Segundo Nassar, o banco tinha a garantia de que receberia a equalização dos juros do programa e a manutenção dos pagamentos aos produtores foi importante para evitar que houvesse um prejuízo maior para o país. “O fato de ter havido ou não atraso – não estou afirmando nada – não prejudicou o andamento do Plano Safra.
Eu acho que, do meu ponto de vista como secretário de Política Agrícola e do ponto de vista do setor agropecuário, agricultura patronal, comercial, familiar, isso é o mais importante, porque você não gera descontinuidade em uma política que, se tivesse ocorrido, teria gerado uma crise de grandes proporções para o setor”, disse a testemunha. » Cronograma do impeachment prevê fim do julgamento no meio da Olimpíada » Michel Temer reclama de “chantagem” de senadores indecisos pelo impeachment A última testemunha prevista para esta terça-feira seria o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho, mas ele foi dispensado a pedido do advogado de defesa, José Eduardo Cardozo.