Por Maria do Céu, pré-candidata pelo PPS à vereadora do Recife Ontem, foi o dia dos namorados aqui no Brasil, uma data em que casais LGBT pelo país inteiro comemoraram seus relacionamentos.
Em Orlando, nos Estados Unidos o dia foi marcado por uma grande tristeza, mesmo que, na semana passada, tenha acontecido o dia conhecido como “Disney gay day”, quando diversas pessoas levam o arco-íris para o Disney World, na mesma cidade.
A tristeza ultrapassou barreiras e atingiu todos nós.
A comunidade LGBT conquistou espaços de acolhimento, como casas noturnas onde podem ser livres, e se acostumou a ocupar as ruas e reivindicar seus direitos, historicamente negados, em datas comemorativas. É normal que todos prefiram estar nesses lugares coloridos, afinal essa bolha nos faz sentir mais seguros.
Mas não podemos esquecer que, da porta pra fora, a realidade ainda é outra e a homofobia ainda está presente.
O que aconteceu foi que essa homofobia entrou dentro de uma dessas bolhas, de uma forma até então impensável.
Não existe uma pessoa LGBT que não tenha se imaginado naquele lugar e que não tenha temido por sua segurança, nem que por um segundo.
Essa violência infelizmente acontece todos os dias.
E, muitas vezes, as pessoas estão vulneráveis a ela.
Na semana passada, por exemplo, o professor Giovani foi assassinado em Goiás por causa de sua sexualidade.
Como ele, outros 123 LGBT foram mortos somente em 2016, segundo o Grupo Gay da Bahia.
Número equivalente a quase 3 massacres desse de Orlando.
Eu sempre digo que, enquanto houver uma pessoa sequer sendo agredida por ser gay, ainda precisaremos da Parada da Diversidade para nos reafirmar.
Mas também digo que precisamos ir além de um dia ou de uma rua segura.
A cidade também é nossa e ela tem que ser pintada com o nosso colorido todos os dias.
Todas as avenidas, escolas, empresas e casas têm que ser acolhedoras e inclusivas!
Sonho com esse dia, quando não vai mais haver Giovanis e, muito menos, tragédias como essa da boate Pulse, em Orlando.
Enquanto esse dia não chega, a revolta ao ver a discriminação vai continuar grande, mas nós vamos continuar a levantar a bandeira de cabeça erguida, ocupando espaço por espaço.
Até chegarmos lá.