Estadão Conteúdo - Partidos da antiga oposição à presidente afastada Dilma Rousseff, PSDB, DEM e PPS começaram a negociar uma união com os antigos adversários PT, PCdoB e Rede por um objetivo comum: afastar, por definitivo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e realizar novas eleições na Casa.

LEIA MAIS: » Moro desmonta álibi de Eduardo Cunha sobre truste » Cunha pede para apresentar defesa antes de STF decidir pedido de prisão » Mulher de Cunha transformou dinheiro público em sapatos e roupas de grife, diz MPF A articulação prevê ainda a discussão de um nome para disputar a sucessão do peemedebista contra o candidato apoiado por Cunha e que sairá do Centrão, grupo de 13 partidos comandado por PP, PR, PSD e PTB.

O diálogo entre os dois grupos foi aberto nesta quarta-feira, 8.

Como revelou a Coluna do Estadão, foram discutidas alternativas para provocar a realização de novas eleições internas.

No encontro, a antiga oposição cobrou apoio dos petistas ao projeto que declara vago o cargo de presidente da Câmara. » Sérgio Moro aceita denúncia contra mulher de Cunha e mais três na Lava Jato » Humberto Costa acusa Temer de fazer ‘malabarismos’ para defender Cunha por ‘medo de delação’ De autoria do deputado Roberto Freire (PPS-SP), se aprovado, forçaria a realização de nova eleição, acabando com a presidência interina do deputado Waldir Maranhão (PP-MA).

O maranhense assumiu o comando da Casa no início de maio, após o Supremo Tribunal Federal afastar Cunha.

Para aprovar o projeto, precisam de assinaturas de líderes que representem 257 deputados.

Até agora, contudo, apenas PSDB, DEM, PPS e PSB apoiam a proposta.

Juntos, os quatro partidos têm 119 parlamentares.

A nova oposição - PT, PC do B, PDT e o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) - soma 90 parlamentares. ‘Dúvida’ O PT, por ora, se recusa a assinar o pedido. “Tenho muita dúvida da real intenção deles”, afirmou o líder do partido, Afonso Florence (BA).

Ele disse desconfiar de que a antiga oposição quer aprovar o projeto em um acordo para tirar Cunha da presidência da Câmara, mas o preservando do processo de cassação que tramita no Conselho de Ética da Casa. » ‘Governo não tem que se envolver’ em cassação de Cunha, diz Araújo » Após manobra na CCJ a favor de Cunha, reunião é encerrada sem voto sobre cassação A avaliação no PT e nos outros partidos adversários de Temer é que, por enquanto, pode ser mais favorável lidar com o presidente interino da Câmara.

Embora seja aliado de Cunha e do Centrão, Maranhão votou contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e é próximo de deputados do PT, PCdoB e PDT, além de ser aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

A antiga oposição não aceita Maranhão. “O que está em questão é a normalidade da Casa.

Não dá para Waldir Maranhão presidir”, afirmou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).

O tucano nega acordo para salvar Cunha. “A cassação de Cunha é consequência e, caso venha para o plenário, será inevitável”, disse.

Embora tenham tido divergências na primeira conversa, os dois grupos vão continuar as articulações.

Nova reunião está marcada para a próxima semana.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.