Responsável por fazer questionamentos ao procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo, na sessão dessa quarta-feira (8) da Comissão Especial do Impeachment do Senado, o ex-líder do Governo Dilma na Casa, Humberto Costa (PT-PE), criticou a tese de que houve crime de responsabilidade.

LEIA MAIS: » Autora de pedido diz não ter certeza se impeachment será confirmado » Senador Humberto Costa diz que “sem Dilma, internet ilimitada corre riscos” » Humberto Costa vê retrocesso na política externa brasileira sob comando de Serra O senador disse que saiu convencido, mais uma vez, de que “forçaram a barra” para tirar a presidente do poder. “É como se quisessem pegar uma criança de oito anos de idade e colocar nela a roupa de um bebê de seis meses”, declarou.

De acordo com Humberto, que bateu na tecla das chamadas pedaladas fiscais - consideradas o atraso do Governo para ressarcir o Banco do Brasil pelos desembolsos do Plano Safra -, “as respostas do procurador reforçam a ideia de que o afastamento é golpe”. » Para Humberto Costa, governo Temer é um filme de terror » Humberto Costa diz que Governo Temer vai priorizar privatizações no país “Disse aqui no Senado, inclusive no período da admissibilidade do processo, que é evidente que se trata de forçar a barra tentar caracterizar essa relação União/Plano Safra/Banco do Brasil como uma operação de crédito”, afirmou.

Para o senador, trata-se de uma operação de prestação de serviço em que é possível ter atrasos que não transformam e não mudam qualitativamente o tipo de relação estabelecida para uma relação de contrato de crédito. “Este é o caso concreto que analisamos aqui”, resumiu.

Humberto perguntou ao procurador, arrolado por aliados de Michel Temer como testemunha de acusação no processo do impeachment, qual era opinião dele sobre a conduta do Banco do Brasil. » Humberto Costa vê ações do governo interino de Temer repercutindo mal no exterior » Humberto Costa afirma que meta fiscal de Temer é fictícia e repleta de maquiagens “Por que razão o banco não abre mão de operar um sistema como esse, se é deficitário e lhe gera prejuízo?

Lembrando que o débito foi posteriormente saldado, assim como ocorreu com todos os bancos oficiais.” Júlio Marcelo disse que não tinha condição de opinar, mas que possivelmente porque há remuneração de juros e porque banco público não tem a liberdade de fazer essa escolha.

O senador voltou a afirmar que não houve qualquer desrespeito por parte da presidenta em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A fase de depoimento das testemunhas, tanto da acusação quanto da defesa, deve se encerrar no dia 17 deste mês.

Pelo calendário aprovado ontem, a votação do relatório na comissão deverá ocorrer em 27 de julho.