Estadão Conteúdo - O presidente da Câmara afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entrou, nesta quinta-feira (9), com um pedido para que ele possa apresentar a sua defesa antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre seu pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Para Janot, o afastamento de Cunha do mandato de deputado não foi o suficiente para ele parar de interferir no andamento das investigações que pesam contra ele na Operação Lava Jato e no Conselho de Ética da Câmara, que analisa sua cassação.

LEIA TAMBÉM » Moro desmonta álibi de Eduardo Cunha sobre truste » Humberto Costa acusa Temer de fazer ‘malabarismos’ para defender Cunha por ‘medo de delação’ No pedido, a defesa de Cunha alega que não há motivos para a prisão do peemedebista e diz que são “disparatadas as alegações de que esteja exercendo qualquer tipo de influência indevida no âmbito da Câmara dos Deputados”. “O requerente (Cunha) realmente não quer crer que certas alegações surrealistas e risíveis publicadas na imprensa fundamentaram o requerimento da PGR, como as de que possa ter influenciado remotamente a atuação do Conselho de Ética utilizando-se de parlamentares e de outras pessoas, como se estas não possuíssem vontades e interesses próprios - afirmações estas que servem a interesses que certamente não são os do ora requerente”, diz o texto. » Sérgio Moro aceita denúncia contra mulher de Cunha e mais três na Lava Jato » Após manobra na CCJ a favor de Cunha, reunião é encerrada sem voto sobre cassação O pedido de prisão vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo.

O mais provável é que ele decida o caso monocraticamente e leve o seu entendimento para ser referendado pelos demais ministros em plenário.

No início de maio, o Supremo decidiu, por unanimidade, afastar Cunha do seu mandato de deputado e, consequentemente, da presidência da Câmara.

Ele já é réu na Lava Jato, além de ser alvo de uma denúncia e de pelo menos outros quatro processos que apuram tanto a sua ligação com o esquema de corrupção da Petrobras quanto ao seu papel no grupo que teria atuado para desviar receitas de Furnas. » Presidente do Conselho de Ética adia novamente votação de cassação de Cunha » PT do Recife diz que voto de Tia Eron por Cunha configuraria ‘golpe’