Agência Brasil - A Comissão Processante do Impeachment começou por volta das 16h desta quarta-feira (8) a oitiva da primeira testemunha do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Julio Marcelo de Oliveira.
A reunião teve início no fim da manhã, mas os senadores perderam mais de três horas discutindo procedimentos e votando requerimentos e questões de ordem. » Acompanhe ao vivo a reunião da comissão do impeachment: Na primeira parte, os senadores rejeitaram um pedido de perícia feito pela defesa de Dilma para que alguns documentos que embasam o processo fossem auditados.
Eles definiram que o advogado da presidente afastada, José Eduardo Cardozo, apresentará uma nova lista de testemunhas, com os 40 nomes de pessoas que serão ouvidas pela comissão.
José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, e Janaína Pachoal, autora da denúncia.
Foto: Marcelo Casal Jr/ABr Cardozo já tinha apresentado um rol de testemunhas, mas ele ultrapassava o número de pessoas que serão ouvidas.
Nesta quarta-feira, ficou definido que a defesa terá direito de apresentar 40 pessoas para falarem a favor da presidente processada, sendo oito para cada um dos quatro decretos de suplementação orçamentária que contarão no processo e mais oito para falar sobre as pedaladas fiscais.
LEIA TAMBÉM » Pesquisa CNT: 68,2% acham que Dilma sofrerá impeachment » Dilma diz à Al Jazeera que faltam seis votos para barrar impeachment no Senado Logo no início da segunda parte da reunião, destinada à oitiva de duas testemunhas de acusação e mais quatro testemunhas requeridas por outros senadores, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou questão de ordem solicitando que cada senador tivesse direito a 10 minutos para interrogar as testemunhas. » Michel Temer reclama de “chantagem” de senadores indecisos pelo impeachment O pedido, no entanto, foi negado pelo presidente da Comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB) que manteve a proposta já previamente acertada entre os membros de que cada senador terá três minutos para fazer perguntas às testemunhas.
TENSÃO - A primeira fase da reunião, entre o fim da manhã e o início desta tarde, foi marcada por alguns momentos de tensão, especialmente no que se refere às constantes intervenções de senadores aliados à presidente afastada.
Após cerca de duas horas de deliberações sobre procedimentos, a senadora Vanessa Grazziotin já tinha feito 13 interrupções para questionar ou se queixar sobre procedimentos que estão sendo adotados pela Mesa. » Pedidos de prisão podem afetar votações e impeachment » Cronograma do impeachment prevê fim do julgamento no meio da Olimpíada “Se o Plenário desta Comissão quiser eleger vossa excelência presidente, para conduzir os trabalhos eu entrego esta cadeira com todo o prazer, para poder ir cuidar da minha família”, disse Lira.
Vanessa, então, respondeu que “se tivesse número” presidiria a comissão.
O senador Magno Malta também pediu que os senadores que apoiam a presidente afastada intervissem menos, mas lembrou aos colegas que será preciso ter paciência durante os trabalhos. “Eles não estão errados.
O rito é esse.
Nós, se nos exaltarmos, vamos errar.
Então, não vamos errar, pessoal.
Chá de camomila para todo mundo, e no dia nós vamos votar, porque isso aí não vai mudar ninguém aqui", afirmou Malta. » Senado tem 35 votos pró-impeachment de Dilma » Lewandowski rejeita recurso de Dilma para incluir áudios de Machado no processo