Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Estadão Conteúdo - Na primeira manifestação pública após o impeachment, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou dos cortes na alimentação e nas viagens em aviões da FAB, decididos pelo governo do presidente em exercício, Michel Temer, em relação à presidente afastada Dilma Rousseff.
LEIA MAIS: » Planalto corta pelo menos R$ 8 milhões de sites simpáticos ao PT » Corte nas viagens de Dilma foi reposta de Temer aos protestos de petistas » Dilma classifica de mentirosa denúncia de que teria pedido doação de R$ 12 mi Mas reconheceu falhas na gestão da sucessora e disse esperar que ela volte ao cargo. “Não estou dizendo que Dilma não cometeu erros, cometeu.
Mas queremos que ela volte para corrigir os erros que cometemos”, disse.
No discurso, Lula fez poucas referências à sucessora. “Temer deu um golpe não na Dilma, mas na decisão do Senado que o colocou como interino.
Temer não tinha o direito de fazer o que fez.
Ele cortou até o almoço da Dilma.
Amanhã vamos comer marmitex”, ironizou o ex-presidente, em ato organizado por centrais sindicais no centro do Rio. » “Eu vou viajar!”, responde Dilma sobre restrição de uso de avião » Polícia expulsa grupo acampado perto da casa de Temer em SP » Comida de Dilma no Palácio da Alvorada é cortada pelo governo Temer Segundo Lula, as medidas adotadas contra Dilma, como a restrição ao uso de aviões oficiais, “não vão impedir (a presidente afastada) de sair pelo País para denunciar esse governo”.
Mais magro e com voz ainda mais rouca que o habitual, Lula avaliou que tem uma “dívida com a sociedade brasileira”, mas evitou se posicionar sobre as eleições de 2018. “Estão me acusando de tudo quanto é nome, divulgando as bobagens que falo. É medo de eu voltar.
Ainda é muito cedo para pensar em 2018.
Já estou com idade de me aposentar.
Mas não pensem que vão destruir aquilo que nós construímos”, afirmou. » Dilma vem a Pernambuco dia 17 Lula criticou a escolha do ministério do governo provisório, acusando a suposta influência do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ele ironizou manifestantes pró-impeachment. “Os coxinhas agora estão com vergonha por que foram para a rua bater panela e o resultado não foi um risoto, foi Temer.
Os coxinhas sabem que o ministério de Temer é o ministério do (Eduardo) Cunha.
Mas sempre haverá nesse País mais gente de cabeça erguida, decente, do que coxinhas.” » Dilma teria conversado com Odebrecht sobre propina, diz revista » Planalto restringe uso de aviões de Dilma e reduz equipe da petista » Renan critica a redução de prazos de processo contra Dilma Rousseff Na única referência direta à Lava Jato, o ex-presidente indicou que a operação “submeteu os petroleiros a condições humilhantes” Lula afirmou que ter sido o presidente que mais investiu na companhia e que a descoberta do pré-sal foi “seu maior orgulho como presidente e como cidadão”.
O petista também afirmou que a “elite nunca aceitou a Petrobras” e teceu diversas críticas às “elites”, discurso comum em seu governo. “A elite brasileira, incompetente para governar este País, achava que tudo iria se resolver se a gente vendesse as empresas.
Eu queria provar que o peão seria capaz de pensar politicamente o Estado brasileiro melhor do que toda a elite”, completou. » Para evitar manifestação, Michel Temer deixa SP e volta para Brasília » Comissão do impeachment no Senado barra áudios na defesa de Dilma » É preciso melhorar política habitacional, diz MTST em ato da oposição no Rio Lula defendeu ações de seu governo junto ao BNDES e demais bancos públicos.
O ato “Se é público, é para todos” defendeu a mobilização da sociedade contra a privatização de empresas e serviços públicos, além de criticar a agenda econômica do governo Temer.
A manifestação ocorreu na Fundição Progresso, na Lapa, região central do Rio, com público reduzido apesar do acesso liberado.
Não houve estimativa de quantas pessoas estiveram no evento.