O verador Osmar Ricardo (PT), líder da Oposição na Câmara Municipal do Recife, afirmou nesta terça-feira (7) que, se a deputada federal Tia Eron (PRB-BA) votar contra a cassação do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), isso “configurará ainda mais o golpe e a busca de Temer para salvar os caciques do seu partido”.

O petista acusa o presidente interino Michel Temer (PMDB) de se reunir com o presidente do PRB, Marcos Pereira, nessa segunda-feira (6), para tentar influenciar o voto da parlamentar em favor de Cunha.

LEIA TAMBÉM » Após acordo, CCJ adia para esta quarta análise de parecer que pode salvar Cunha » Conselho de Ética adia para quarta-feira decisão sobre Eduardo Cunha O voto dela é considerado decisivo.

Sem o voto de Tia Eron, o placar previsto no momento é de 9 votos pela cassação e 10 contra.

Caso a deputada baiana decida empatar o placar, caberá ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), dar o voto de minerva.

O deputado deve votar pela perda de mandato de Cunha.

Caso ela vote contra, a cassação será rejeitada por 11 votos a 9.

Tia Eron vem sendo abordada por deputados aliados e contra Cunha (Foto: Roberto Ribeiro/PRB) Tia Eron faltou a sessão desta terça, que definiria o destino do peemedebista.

Como isso abriria espaço para um suplente aliado do peemedebista votar no lugar da parlamentar, o relator, Marcos Rogério (DEM-RO), fez uma manobra regimental, pedindo a João Carlos Bacelar (PR-BA) que solicitasse o adiamento da reunião.

A votação, então, ficou para esta quarta-feira (8). » Cunha diz que propósito do pedido de prisão é influenciar resultado no Conselho de Ética » Janot pediu, também, a prisão de Eduardo Cunha Além de acusar os peemedebistas de tentar convencer a deputada a defender Eduardo Cunha, Osmar Ricardo ainda criticou os oito meses de duração do processo de cassação do parlamentar.

O vereador ainda criticou o PSDB, acusando o partido de ter dado um ‘golpe’ ao articular o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Para ele, os tucanos acreditavam que seriam realizadas novas eleições, disputadas, por eles, mas, na opinião do petista, “foram surpreendidos por outro golpe, o do PMDB, que tomou o poder”. “O golpe dado tem sua legalidade questionada e hoje teve líderes do PMDB com prisão decretada", atacou Osmar Ricardo. » Betinho Gomes reafirma que seu voto será pela cassação de Eduardo Cunha » Parecer da CCJ poderá livrar Cunha da cassação