Foto: Lula Marques/ Agência PT Estadão Conteúdo - A Comissão Especial do impeachment no Senado negou nessa quinta-feira, 2, a inclusão da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com os áudios do senador Romero Jucá (PMDB-RR) no processo.
Essa é a principal aposta da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, que pretende derrubar o impeachment com base na tese do “desvio de poder”.
LEIA MAIS: » Defesa de Dilma tem 372 páginas » Senadores já admitem rever voto pelo impeachment de Dilma » Fernando Bezerra Coelho contesta nova tese de defesa de Dilma O colegiado acompanhou a decisão do relator do processo de impedimento, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Para o senador tucano, esses arquivos fogem do tema do processo de impeachment.
Da mesma forma, Anastasia também negou ouvir como testemunhas o doleiro Alberto Youssef e o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que foram requisitadas pela acusação. “Essa é a tese fundamental da defesa.
Se aprovarem esse parecer, será a maior violência institucional promovida até hoje no Congresso.
Foge ao tema do processo mostrar que isso foi uma grande farsa?”, afirmou o ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo.
Quando entregou a defesa prévia da presidente afastada, Cardozo disse que era preciso esclarecer que lideranças políticas atuaram para realizar o impeachment com o objetivo de conter as investigações da Polícia Federal. » Para Dilma, Eduardo Cunha manda e governo Temer terá que se ajoelhar » Anastasia argumenta que gravações fogem ao tema do impeachment e rejeita inclusão na defesa de Dilma Nos diálogos com Machado, Jucá, um dos principais articuladores do impeachment, fala em “mudar o governo para poder estancar essa sangria” - a declaração é considerada uma tentativa de deter as investigações da Operação Lava Jato.
Para o defensor de Dilma, ao negar a inclusão das gravações no processo, a comissão impede a presidente afastada de apresentar provas de sua inocência. “Estão atingindo brutalmente o direito de defesa.
Estão impedindo a produção de provas.
O que querem que a gente faça, que nos ajoelhemos?”, disse Cardozo à comissão. » Comissão pode adiantar votação do impeachment de Dilma para julho » Governistas querem reduzir testemunhas da defesa de Dilma em comissão » Defesa de Dilma pede inclusão de delação de Sérgio Machado no impeachment O ex-ministro afirmou que o objetivo de “apressar a solução” confirma a tese de que há desvio de poder. “Arguimos a suspensão do senador Anastasia e estão ignorando.
Ele não poderia proferir nada enquanto isso não fosse definido”, disse. “Queremos provar que tudo isso foi uma manipulação.” » STF suspende exoneração de presidente da EBC nomeado por Dilma » TCU analisará no dia 15 de junho contas de 2015 do governo Dilma Anastasia ainda negou o pedido de perícia e auditoria externa para analisar as contas presidenciais de 2015.
O objetivo de Cardozo era apresentar pareceres de consultorias técnicas internacionais que demonstrem que não há autoria da presidente afastada nas pedaladas fiscais e que a edição de créditos suplementares não comprometeu a meta fiscal.
Para Cardozo, essa também é uma questão central para a defesa.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.