Brasília - Jornalista Ricardo Melo durante sua posse no cargo de diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação. À direita o ex-ministro Edinho Silva.
Foto: Juca Varella/Agência Brasil Estadão Conteúdo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu provisoriamente nesta quinta-feira, 2, a exoneração do jornalista Ricardo Melo ao cargo de presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Na decisão, o ministro garantiu a ele o exercício do mandato para o qual foi nomeado pela presidente afastada Dilma Rousseff.
LEIA MAIS: » Governo Temer quer MP para mudar mandato de presidente da EBC » Presidente da EBC é exonerado e recorre à Justiça para a garantia do mandato A decisão de Toffoli vale até que o STF tome uma decisão final sobre o assunto.
Melo foi nomeado poucos dias antes da votação do Senado pelo afastamento provisório de Dilma do governo.
A exoneração do jornalista foi assinada pelo presidente interino Michel Temer, que nomeou o jornalista Laerte de Lima Rimoli para o cargo, revelando a disputa política entre os governos peemedebista e petista dentro da EBC.
Exonerado, Melo entrou com um mandado de segurança no STF alegando que a decisão de Temer foi um “ato arbitrário, abusivo e ilegal”.
A defesa do jornalista argumenta que EBC é uma empresa pública, não estatal, e que por isso o mandato do presidente da instituição é fixado em quatro anos, independentemente de quem assuma o governo. “É nesse sistema público que a EBC busca atuar.
E, por tal razão, a sua atuação deve ser desvinculada de governos, garantindo que as missões estabelecidas pela legislação de regência sejam buscadas com independência daqueles que estiverem na chefia do Poder Executivo”, diz a peça.
A diretoria executiva da EBC se manifestou contra a exoneração de Melo e afirmou, em nota, que o mandato de quatro anos do diretor-presidente era garantido em lei.
O Conselho Curador da EBC também se posicionou a favor da garantia do mandato do diretor-presidente da empresa por quatro anos.
Para o governo de Temer, a TV pública vinha sendo usada em benefício de um partido, o PT, e era preciso “despolitizar” a programação.
Outra justificativa é orçamentária.
A EBC seria deficitária e a antiga direção estaria resistindo a enxugar custos.