Aliado fiel à presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB-PE), vice-líder do governo na Câmara, afirmou que, ao reduzir prazos do processo de impeachment e, assim, antecipar a votação em plenário, o relator da comissão no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG) quis defender o interino Michel Temer (PMDB). “É uma clara demonstração de estão com medo de perder”, disparou o parlamentar. “Quanto mais o tempo passa, mais o risco de ele perder aumenta”, opinou Sílvio Costa.

LEIA TAMBÉM » Comissão pode adiantar votação do impeachment de Dilma para julho » Governistas querem reduzir testemunhas da defesa de Dilma em comissão O novo prazo, apresentado por Anastasia nesta quarta-feira (2), prevê a conclusão desta etapa do processo até o dia 13 de julho, possível dia da votação definitiva sobre o afastamento de Dilma.

O julgamento estava previsto para o início de agosto.

Isso aconteceu após o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), decidir acatar uma questão de ordem apresentada pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS), na qual ela pede que o prazo para as alegações finais seja reduzido de 15 para cinco dias. “Em qualquer tempo que decidir votar, seja em julho ou em agosto, a presidente Dilma vai voltar”, defendeu Sílvio Costa. » Anastasia argumenta que gravações fogem ao tema do impeachment e rejeita inclusão na defesa de Dilma » Defesa de Dilma pede inclusão de delação de Sérgio Machado no impeachment » Defesa de Dilma tem 372 páginas Diante da polêmica e das reações dos aliados de Dilma Rousseff, Lira decidiu só colocar o cronograma desta etapa do processo em votação após a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, sobre o recurso de aliados da presidente afastada que contestam a decisão que reduziu o prazo.

Sílvio Costa afirmou que esteve com o ex-advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, mais cedo e que ele vai recorrer dos novos prazos.

O argumento é de que o processo deve seguir o rito adotado em 1992 para o ex-presidente Fernando Collor. » Senadores já admitem rever voto pelo impeachment de Dilma » STF suspende exoneração de presidente da EBC nomeado por Dilma » TCU analisará no dia 15 de junho contas de 2015 do governo Dilma