Estadão Conteúdo - O novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, disse que os servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) que não se identificam com o governo interino de Michel Temer devem pedir exoneração de seus cargos.

A declaração ocorreu nesta quinta-feira (2), durante apresentação aos funcionários por videoconferência.

LEIA TAMBÉM » Governo Temer anuncia Torquato Jardim para o Ministério da Transparência » Após pressão, Fabiano Silveira pede demissão do Ministério da Transparência Ele afirmou que os trabalhos no ministério pressupõem “compatibilidade política, filosófica e ideológica de cada qual com o governo de transição” de Temer. “Quem tiver uma incompatibilidade insuperável, de qualquer tipo, em qualquer circunstância, tenho certeza que terá a dignidade de pedir, espontaneamente, a sua exoneração”, afirmou o ministro. “Caso contrário, (por) favor permaneçam onde estão, continuem a dar o melhor de si e com senso de responsabilidade”, completou o ministro. » “Objetivo do governo Temer era tornar obscura a transparência”, diz Dilma A apresentação foi por videoconferência para que alcançasse não só os servidores de Brasília, mas os das Controladorias Regionais da União nos Estados.

De acordo com relatos dos funcionários, o ministro foi pressionado a manter a CGU, vinculada ao ministério na reforma administrativa de Temer.

POSSE No ato de posse, o ministro afirmou que a primeira tarefa sua na pasta será buscar um novo texto sobre os acordos de leniência. “Leniência é para reintegração econômica e ela não pode a passo algum prejudicar as investigações”, afirmou. » Após polêmica com ministro, chefes regionais do Ministério da Transparência colocam cargos à disposição e servidores protestam » Ministro da Transparência é citado em novas gravações, mas nega irregularidades O ministro disse que não sofre pressão e rechaçou a possibilidade interferência na Operação Lava Jato. “O próprio presidente (Michel) Temer já disse que não há essa hipótese.

Eu cumpro ordem”, salientou.

Foto: Marcelo Camargo/ABr Questionado se teria mudado de opinião em relação ao governo Temer, já que publicou um artigo defendendo a que a eventual cassação de Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) levaria necessariamente à queda automática de Michel Temer, Torquato afirmou que agora há um “fato novo e circunstância nova” e que no direito “os conceitos estão em aberto”. “A menor circunstância de um fato pode transformar e derrubar toda uma biblioteca”, disse.