Um pagamento de R$ 591 mil realizado por empresa do grupo Libra, doadora do PMDB, à mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz, está sendo investigada pela Operação Lava Jato em Curitiba.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, este valor foi identificado pelos investigadores nas contas da empresa C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, de Cláudia.

A Libra opera um terminal no porto de Santos, área de influência do PMDB e do presidente interino Michel Temer.

LEIA MAIS: » ‘El País’: A vida de sultão de Eduardo Cunha » Cunha gastou R$ 880 mil em viagens pagas com recursos suspeitos » Betinho Gomes diz que relatório que pede cassação de Cunha é “demolidor” Os investigadores da Lava Jato fizeram perguntas a Cláudia Cruz sobre o pagamento e sobre os acionistas da empresa em depoimento prestado por ela em abril à força-tarefa.

Ela disse não se recordar do motivo do repasse. “Não se recorda a razão do pagamento de R$ 591.254,99 que a empresa C3 recebeu da Libra Terminal em abril de 2007”, diz trecho do depoimento.

Ainda de acordo com a Folha, Cláudia afirmou, em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, que a abertura de sua conta secreta no exterior foi sugerida por Eduardo Cunha e que ele próprio autorizava os gastos em lojas de luxo. » Para Dilma, Eduardo Cunha manda e governo Temer terá que se ajoelhar » “Trustes criados por Cunha representam instrumentos de fraudes”, diz relator » Relator entrega ao Conselho de Ética voto pela cassação de Eduardo Cunha, diz jornal Claudia disse acreditar que os recursos eram provenientes de atividades de Cunha no mercado financeiro e empresarial e que nunca fez perguntas sobre a origem do dinheiro.

Um dos argumentos usados por Eduardo Cunha para justificar o patrimônio no exterior é que vem de trabalho em comércio exterior nos anos 1980.

Além disso, o deputado afirmou ao Conselho de Ética que apenas era “dependente” da conta de cartão de crédito de Cláudia. » Relator pede cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar » Cunha reafirma que não mentiu na CPI e pode recorrer à CCJ sobre cassação » Parlamentares pedem suspensão de prerrogativas do presidente afastado Eduardo Cunha Segundo Cláudia, ela “perguntava a Eduardo Cunha se poderia fazer aquisições de luxo e ele autorizava”.

Afirmou ainda que quem levou os formulários para ela assinar, referentes à abertura da conta, foi o marido, autor da sugestão da abertura.

A mulher do deputado afirmou ainda que não sabia o saldo da conta e nunca estranhou ela estar sempre com dinheiro. “A depoente não tem ideia de quanto ganha um deputado federal”, diz o depoimento. » Deputados batem boca em depoimento de Cunha no Conselho de Ética » Conselho de Ética: ‘Não poderia ocultar o que não me pertence’, diz Eduardo Cunha » No Conselho de Ética, Cunha diz que não indicou um “alfinete” para o governo de Michel Temer O depoimento de Claudia foi dado no dia 28 de abril, sob o acompanhamento de seu advogado. (Com informações da Folha de S.Paulo)