Na semana passada, Sérgio Machado decidiu fazer a delação premiada depois que os investigadores rastrearam uma operação na Europa.

Foto: Reprodução/Internet Estadão Conteúdo - O filho caçula do ex-presidente Transpetro Sérgio Machado também fez acordo de delação premiada.

Expedito Machado Neto, conhecido como Did, resolveu colaborar com a Justiça após a Operação Lava Jato identificá-lo como operador financeiro da cúpula do PMDB do Senado.

Morador de Londres, Did controla um fundo de investimento na capital da Inglaterra.

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Uma faz parte da outra.

Enquanto Sérgio Machado gravou as conversas com a cúpula do PMDB no Senado para demonstrar proximidade com o grupo, Did apresentou o caminho do dinheiro desviado de obras e serviços da Transpetro.

No acordo firmado com o Ministério Público, ficou acertado que Did e seu pai irão devolver aos cofres públicos os recursos financeiros provenientes de corrupção investidos no fundo que ele controlava.

O total do dinheiro a ser repatriado ainda será quantificado pelo MP.

Segundo os investigadores, “os valores são surpreendentes”. » Veja os diálogos de Jucá sobre a Lava Jato e acordão nacional » Em diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato » Polícia Federal deflagra nova fase da Lava Jato em Pernambuco e mais dois Estados Mais do que os áudios entregues por Sérgio Machado à Lava Jato, os depoimentos dele e os dados apresentados por seu filho comprometeriam o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).

Os três já tiveram conversas gravadas divulgadas.

Conforme o jornal O Estado de S.

Paulo apurou, desde que surgiu a possibilidade de Machado fazer acordo de delação premiada, a maior preocupação da cúpula do PMDB era de que Did também colaborasse.

Segundo um conhecedor do esquema, ele tinha como responsabilidade controlar o dinheiro do grupo.

Em outras palavras, “o grande laranja” dos senadores peemedebistas. » Ministro da Transparência é citado em novas gravações, mas nega irregularidades » Após polêmica com ministro, chefes regionais do Ministério da Transparência colocam cargos à disposição e servidores protestam Na semana passada, a Coluna do Estadão revelou que Sérgio Machado decidiu fazer a delação premiada depois que os investigadores rastrearam uma operação na Europa e se depararam com o herdeiro.

Demissões Desde a semana passada, conversas gravadas por Machado já causaram a demissão de dois ministros.

Então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) pediu demissão depois que áudios mostraram que ele defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff como uma forma de evitar que a Lava Jato avançasse. » Defesa de Dilma pretende utilizar declarações de Romero Jucá » Para Dilma, Eduardo Cunha manda e governo Temer terá que se ajoelhar » Em carta, eurodeputados pedem que União Europeia não negocie com governo Temer Ontem, foi a vez do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, deixar o cargo.

Ele pediu demissão depois de áudios gravados por Machado mostrarem que ele deu palpites sobre a defesa de Renan junto à Procuradoria-Geral da República. » Dilma atribui poder no governo a Cunha, que rebate petista » “Objetivo do governo Temer era tornar obscura a transparência”, diz Dilma » Dilma diz que devolução de R$ 100 bilhões do BNDES ao Tesouro é um retrocesso O advogado de Expedito Machado Filho não quis falar com a reportagem.

Até a conclusão desta edição, as assessorias de Renan, Jucá e Sarney não se manifestaram.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.