Foto: Wilson Dias/Agência Brasil Estadão Conteúdo - A presidente afastada Dilma Rousseff e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), travaram um bate-boca no fim de semana, após publicação de entrevista dada pela petista ao jornal Folha de S.Paulo, na qual ela afirmou que o governo do presidente em exercício Michel Temer terá de “se ajoelhar” para o deputado, com quem “não há negociação possível”.
LEIA MAIS: » Para Dilma, Eduardo Cunha manda e governo Temer terá que se ajoelhar » Defesa de Dilma pretende utilizar declarações de Romero Jucá A resposta de Cunha foi dada ontem, pelo Twitter. “Além de sua arrogância e das mentiras habituais, ela demonstra a sua incapacidade e despreparo para governar”, escreveu o presidente afastado da Câmara, acerca de Dilma. “Se até o Lula se arrependeu de ter escolhido ela, imaginem aqueles que ela fez de idiota, mentindo na eleição.
Para ela, apenas uma frase: Tchau querida.” Na entrevista, Dilma atribuiu a Cunha papel central no atual governo. “Isso ficou claríssimo agora, com a indicação do André Moura (deputado ligado a Cunha e líder do governo Temer na Câmara).
Cunha não só manda: ele é o governo Temer.
E não há governo possível nos termos do Eduardo Cunha”, afirmou a presidente afastada. » Partidos pedem investigação, prisão e cassação de Romero Jucá » Conselho de Ética recebe representação do PDT contra Jucá » Sílvio Costa e Romero Jucá trocam farpas em sessão para votar a meta fiscal » Senadores do PT pedem para Rodrigo Janot investigar interferência de Jucá na Lava Jato A petista também comentou as conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com integrantes da cúpula do PMDB, como os senadores Romero Jucá (RR), ex-ministro de Temer, e Renan Calheiros (AL), além do ex-presidente e ex-senador José Sarney (AP). “As razões do impeachment estão cada vez mais claras”, disse.
Para Dilma, seu afastamento se deveria a uma tentativa de obstrução da Operação Lava Jato. “As conversas provam o que sistematicamente falamos: jamais interferimos na Lava Jato.
E aqueles que quiseram o impeachment tinham esse objetivo.” » Bancadas do PT, PDT, PPS, PCdoB e Rede do Senado vão à PGR contra Romero Jucá » Jucá chama Lupi e Telmário de bandidos.
PDT entra com representação contra ex-ministro » Romero Jucá ficou tanto tempo nos limites da lei que não percebe mais o que faz de errado Sobre a hipótese de ser citada na delação premiada de Marcelo Odebrecht, e acusada de pedir a ele dinheiro para o pagamento do marqueteiro João Santana (campanha de 2014), a presidente afastada foi enfática: “Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso”.
Além disso, a presidente afastada afirmou que o impeachment foi uma forma de se implementar uma “política ultraliberal em economia e conservadora em todo o resto.
Com cortes drásticos de programas sociais”. » Veja os diálogos de Jucá sobre a Lava Jato e acordão nacional » Em diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato » Polícia Federal deflagra nova fase da Lava Jato em Pernambuco e mais dois Estados Dilma não admitiu, no entanto, ter ela própria dado uma guinada entre o discurso da campanha à reeleição, com manutenção da política econômica anticíclica, e as medidas adotadas a partir de 2015, com ajuste fiscal e corte de benefícios.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.