Com informações de agências O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, entregou a carta de demissão ao presidente interino Michel Temer (PMDB) na noite desta segunda-feira (30), após conversa com o peemedebista, por telefone, esta tarde.

Em pouco menos de 20 dias de governo, este já é o segundo ministro que deixa a gestão Temer.

Silveira foi alvo de protestos de servidores da pasta, que equivale à extinta Controladoria Geral da União (CGU), além de críticas da Transparência Internacional e de partidos da base aliada de Temer, como o PSDB, o DEM e o PPS. “Pela minha trajetória de integridade no serviço público, não imaginava ser alvo de especulações tão insólitas.

Não há em minhas palavras nenhuma oposição aos trabalhos do Ministério Público oou do Judiciário, instituições pelas quais tenho grande respeito”, diz o ministro.

LEIA TAMBÉM » Planalto confirma permanência de Fabiano Silveira na pasta da Transparência » Após polêmica com ministro, chefes regionais do Ministério da Transparência colocam cargos à disposição e servidores protestam » Ministro da Transparência é citado em novas gravações, mas nega irregularidades Foram divulgadas, nesse domingo (29), pela TV Globo, conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o ministro aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras. » Governo Temer: vai e vem nos primeiros dias A reportagem do Fantástico revela ainda uma outra conversa, de 11 de março, sem a presença de Fabiano Silveira, na qual o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Sérgio Machado comentam a atuação do atual ministro, que teria ido falar com Janot, depois da reunião que tiveram em 24 de fevereiro.

Na conversa, o presidente do Senado relata que não acharam nada contra ele e que Janot o teria chamado de “gênio”. » “Vão pegar ela”, diz Sarney sobre Dilma em gravação.

Petista responde que ele não tem credibilidade » Sarney diz em gravação que foram negociadas ‘certas condições’ no Congresso para Temer assumir Silveira negou interferência na operação.

No telefonema desta tarde, Temer afirmou ter confiança nele e minimizou o conteúdo da gravação.

Segundo interlocutores, Temer havia decidido até o momento tentar não ceder à pressão para evitar um efeito cascata: “a cada crítica ou denúncia, uma queda”.

Funcionário de carreira do Senado, Silveira participou da reunião entre Machado e Renan quando ainda era integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cargo para o qual teria sido indicado pelo senador.

A conversa ocorreu antes de Silveira assumir o comando da pasta. » Governo vê caso das gravações restrito ao PMDB do Senado e põe foco na economia » Áudios de delator da Lava Jato abalam PMDB, que adota cautela Mais cedo, os 26 chefes regionais do ministério resolveram entregar os cargos em conjunto, em protesto pela exoneração de Silveira.

Servidores da pasta fizeram, em Brasília, uma manifestação em que foi realizada uma limpeza simbólica do prédio e do gabinete do ministro.

Foto: Antônio Cruz/ABr » “Aécio é o cara mais vulnerável do mundo”, afirma Machado em conversa com Renan Para interlocutores que defendiam a manutenção de Silveira no governo os áudios divulgados “não são comprometedores”.

A permanência de Silveira também agradaria o presidente do Senado, que também foi flagrado nas conversas e é investigado na Lava Jato.

A avaliação é de que a queda de Silveira poderia enfraquecer diretamente Renan.

O peemedebista divulgou nota rechaçando sua influência no governo em exercício. “Em face das especulações, reitero de maneira pública e oficial que não irei indicar, sugerir, endossar, recomendar e nem mesmo opinar sobre a escolha de autoridades no governo do presidente Michel Temer”, afirmou. » Brasil piora sua posição no ranking da corrupção da Transparência Internacional » Portal da transparência do Recife é único classificado como ‘desejado’ pelo ranking do TCE