Estadão Conteúdo e Agência Brasil - Os chefes das Controladorias Regionais da União decidiram colocar o cargo à disposição após a polêmica envolvendo o novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira.

De acordo com o chefe da seccional do Rio Grande do Sul, Cláudio Moacir Marques Corrêa, o trabalho desempenhado depende da confiança adquirida junto a parceiros como a Polícia Federal e o Ministério Público.

O entendimento é de que esta confiança fica minada com a permanência do ministro na pasta.

LEIA TAMBÉM » Ministro da Transparência é citado em novas gravações, mas nega irregularidades Foram divulgadas, nesse domingo (29), conversas gravadas em que o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, aparece criticando a Operação Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras.

Silveira negou interferência.

As gravações foram feitas por pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado no fim de fevereiro, durante um encontro na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Foto: Antônio Cruz/ABr “A questão principal é a confiança que a gente precisa ter para trabalhar com parcerias.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal são parceiros consagrados do nosso trabalho, e agora temos receio da interferência política nesse trabalho.

Se não houver confiança desses parceiros, o trabalho fica prejudicado”, disse Corrêa ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Corrêa explicou que os 26 chefes regionais resolveram entregar os cargos em conjunto.

A decisão em bloco, segundo ele, foi tomada depois de manterem conversas ao longo do dia pelo WhattsApp.

A medida é uma forma de pressionar o governo do presidente em exercício, Michel Temer, a mudar o comando do Ministério da Transparência, antiga Controladoria Geral da União (CGU). » Áudios de delator da Lava Jato abalam PMDB, que adota cautela » Sérgio Moro diz que prisão não basta para combater corrupção O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) também defendeu segunda-feira (30), em nota divulgada à imprensa, a exoneração de Fabiano Silveira.

Segundo o sindicato, o ministro “demonstrou não preencher os requisitos de conduta para estar à frente de um órgão que zela pelo combate à corrupção”. » “Vão pegar ela”, diz Sarney sobre Dilma em gravação.

Petista responde que ele não tem credibilidade » Sarney diz em gravação que foram negociadas ‘certas condições’ no Congresso para Temer assumir Se o governo decidir pelo afastamento do ministro, os chefes regionais podem voltar atrás na decisão. “Vamos aguardar até o final do dia e ver qual atitude tomar”, disse Corrêa.

Segundo ele, todos os chefes regionais são funcionários de carreira e cumprem mandato de chefia que pode durar até quatro anos.

Em agosto, Corrêa completa três anos na função.

Ele está na Controladoria Regional da União no RS desde 1994. » Governo vê caso das gravações restrito ao PMDB do Senado e põe foco na economia Corrêa ainda comentou que, além dos chefes regionais, outros servidores com algum posto de gestão também estão colocando os cargos à disposição.

No Rio Grande do Sul, os quatro chefes de setor que estão abaixo de Corrêa tomaram esta decisão.

Mais cedo, funcionários do órgão fizeram um protesto pedindo a saída de Silveira do cargo de ministro.

Foto: Antônio Cruz/ABr Por meio de nota enviada hoje (30) à Agência Brasil, Silveira disse ter comparecido “de passagem” à residência do presidente do Senado, sem saber da presença de Sérgio Machado, com quem não tem nenhuma relação pessoal ou profissional.

Ele negou ter feito qualquer intervenção em órgãos públicos a favor de terceiros. “Chega a ser um despropósito sugerir que o Ministério Público […] possa sofrer interferências”, diz a nota. » “Aécio é o cara mais vulnerável do mundo”, afirma Machado em conversa com Renan Segundo a assessoria do ministro, após ter sido procurado pela produção do Fantástico, o ministro entrou em contato com o presidente interino Michel Temer e seguiu para assistir a reportagem ao lado de Temer, que teria dito não haver enxergado críticas à Lava Jato nas declarações de Silveira.

Ainda segundo a assessoria, Silveira não poderia, à época das gravações, “sequer imaginar que se tornaria ministro”. » Brasil piora sua posição no ranking da corrupção da Transparência Internacional » Portal da transparência do Recife é único classificado como ‘desejado’ pelo ranking do TCE