Em entrevista à Rádio Jornal Petrolina nesta sexta-feira (27), o atual ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB) reconheceu que precisa pensar em alternativas para a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
O socialista ponderou, porém, que a primeira necessidade é resolver o problema da Eletrobras na Bolsa de Nova York.
A Bolsa não está mais negociando ações da empresa devido à não apresentação dos balanços auditados de 2014 e 2015 à SEC, o órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos.
A empresa vai recorrer da decisão. “A gente está primeiro precisando solucionar essa equação para depois pensar em novas bases e alternativas para o setor elétrico público”, afirmou Fernando Filho.
LEIA TAMBÉM » Problema para Fernando Filho: Bolsa de Nova York deixa de negociar ações da Eletrobrás O ministro pernambucano adiantou que os custos para a reestruturação da Chesf, ainda não estimados, não devem chegar à conta de luz, no entanto. “A gente já tem uma conta de energia extremamente cara para chamar o consumidor a ser solidário nisso”, defendeu.
Para Fernando Filho, as soluções devem ser encontradas no próprio governo, através de conversas com as pastas de Fazenda e Planejamento. » Veto de Dilma aos contratos da Chesf com eletrointensivas prejudica ainda mais o Nordeste » Sem contrato com a Chesf, indústria pode produzir sua própria energia, prevê ministro Armando Monteiro De oposição a Dilma, o socialista culpou a Medida Provisória 579, do governo da petista, pela situação da Chesf.
A medida, convertida na Lei 12.783, de 11 de janeiro de 2013, reduziu encargos e estabeleceu regras para antecipar a renovação das concessões, porém não atraiu a iniciativa privada. “As pessoas do setor dizem que a MP 579 foi o 11 de setembro do setor elétrico.
A partir dali, as coisas começaram a desandar”, disse Fernando Filho.
O ministro reclamou dos problemas na Petrobras, ressaltando as dificuldades nos leilões do pré-sal e nos estaleiros, além do marco regulatório para a mineração, que para ele, por ser da década de 1960, não considera avanços tecnológicos e a realidade da economia. “É desafio para todo lado, mas também é muita oportunidade de construir algo novo nesse momento que a gente está vivendo.” » Fernando Filho chega ao ministro de Minas e Energia com aval da bancada federal » Posse de Fernando Filho no governo Temer constrange banda do PSB em Pernambuco