Estadão - O ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso em abril na Operação Lava Jato, elencou como suas testemunhas de defesa na ação em que é acusado de cobrar propinas para evitar a convocação de empreiteiros nas CPIs das Petrobras em 2014 um total de 15 parlamentares, sendo sete deputados e oito senadores Na lista há nomes do PSD, PMDB, PT, PDT, PV, DEM, PSDB, PSB e PP.

Além disso, a defesa de Argello também listou como testemunha o ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, o ex-senador e ex-ministro dos Transportes no governo Dilma Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), o ex-senador Hugo Napoleão (PSD-PI) e o diretor das comissões de inquérito do Senado, Dirceu Vieira Machado.

LEIA TAMBÉM » Lava Jato denuncia Gim, Odebrecht, Marcos Valério, Delúbio, Ronan e mais 15 » Gim Argello quer fazer delação premiada É o primeiro réu da Lava Jato que chama praticamente só políticos para sua defesa na ação em que responde perante o juiz federal Sérgio Moro, que vai avaliar a lista de testemunhas e pode pedir explicações ao ex-senador sobre porque escolheu os nomes.

O partido com mais nomes é o PT, com quatro parlamentares, seguido pelo PSDB, com três e o PSD, com dois.

A partir daí, a defesa de Argello listou um político de cada partido citado acima.

Se destacam na lista nomes como o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos mais ferrenhos opositores de Dilma e que foi coordenador jurídico da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) em 2014. » Tribunal mantém ex-senador Gim Argello na prisão » Moro solta ‘operadores de propina’ de Gim Argello em CPIs Também aparecem o senador Humberto Costa (PT-PE), que virou líder do governo Dilma no Sendo após a prisão de Delcídio Amaral por tentativa de obstruir a Lava Jato e o deputado e ex-ministro das Cidades no governo Dilma Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). » Veja a lista completa das testemunhas de Gim Argello: Senador João Alberto Souza - PMDB-MA Senador Sérgio Petecão - PSD-AC Senador Humberto Costa - PT-PE Senador Acir Gurgacz - PDT- RO Senador Álvaro Dias - PV-PR Ex-senador Antonio Carlos Rodrigues - PR-SP Deputado Marco Maia - PT-RS Hugo Napoleão, ex-ministro da Educação, ex-governador do Piaui e ex-senador que tentou se eleger em 2014 deputado pelo PSD-PI, mas não foi eleito Deputado Rodrigo Maia - DEM-RJ Deputado Carlos Sampaio - PSDB-SP Senador José Pimentel - PT-PI Senador Flexa Ribeiro - PSDB-PA Senador Paulo Paim - PT-RS Deputado Antonio Imbassahy - PSDB-BA Deputado Hugo Leal - PSB-RJ Deputado Antonio Brito - PSD-BA Deputado Aguinaldo Ribeiro - PP-PB Vital do Rêgo - ministro do TCU Dirceu Vieira Machado - diretor das comissões de inquérito do Senado DEFESA - A lista foi encaminhada na defesa prévia - primeira manifestação dos réus após a aceitação da denúncia -, de Gim Argello ao juiz Moro.

O documento de 59 páginas é subscrito pelos defensores do ex-senador - os advogados Marcelo Bessa, Rafael Ferracina, Fábio Ferreira Azevedo e Laryssa Brito Moreira.

Eles pedem que a denúncia contra Gim Argello seja encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.

Alegam que mais de um delator citou encontros de Argello e Vital do Rêgo com os empreiteiros que teriam sido extorquidos, segundo o Ministério Público Federal, no período das CPIs no Congresso e no Senado.

Como é ministro do TCU, Vital do Rêgo tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo.

Além disso, os advogados pedem que a denúncia contra o ex-parlamentar seja rejeitada, alegando que ele recebeu doações legais e não propinas em troca de evitar a convocação de empreiteiros. » Tucanos dizem que Sérgio Machado tenta incriminar Aécio Neves a todo custo na Lava Jato » Sarney diz em gravação que foram negociadas ‘certas condições’ no Congresso para Temer assumir Nas duas CPIs da Petrobras em 2014, das quais Argello participou, nenhum empreiteiro investigado na Lava Jato foi convocado para depor.

Nesta ação penal, a Lava Jato, com base nas delações de vários empreiteiros, revelou que o ex-senador teria cobrado R$ 5 milhões de sete empreiteiras que atuaram no cartel na Petrobras.

Algumas empresas, como a Andrade Gutierrez, acabaram não pagando a propina. » Delação de Sérgio Machado é homologada pelo STF Ao menos a OAS e a UTC, contudo, acertaram os pagamentos, sendo que parte da quantia foi repassada via doações oficiais para os partidos da coligação de Argello nas eleições de 2014 - formada por DEM, PR, PMN, PRTB e PTB.

O Ministério Público Federal não acusa nenhum dos partidos da coligação de irregularidades pois, segundo os investigadores, não há provas de que eles tinham conhecimento de que o pagamento era decorrente dos crimes de Argello. » Em nota, Renan diz que suas opiniões são públicas e se desculpa com Aécio » Renan Calheiros defende mudança na lei de delação em gravação obtida por jornal Parte da propina teria sido entregue ainda em dinheiro vivo para Argello, incluindo uma parcela em euros e outra parte ainda teria sido destinada como doação de R$ 350 mil para uma paróquia de Brasília.

Além do ex-senador e seu filho, são réus nesta ação o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, o presidente da UTC Ricardo Pessoa, um ex-assessor e um ex-publicitário que teriam atuado como operadores dos pagamentos a Argello.

Os réus respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e obstrução à investigação.

Quando a ação foi aberta, nem a OAS nem a UTC quiseram comentar o caso. » Tucanos dizem que Sérgio Machado tenta incriminar Aécio Neves a todo custo na Lava Jato » Sílvio Costa e Romero Jucá trocam farpas em sessão para votar a meta fiscal » Bancadas do PT, PDT, PPS, PCdoB e Rede do Senado vão à PGR contra Romero Jucá AddThis Sharing Buttons