O presidente do Senado, Renan Calheiros, quase perde o comando da sessão que discute, há mais de 13 horas, o projeto de lei que amplia a meta fiscal, de R$ 96 bilhões para mais de R$ 170 bilhões.
O maior tumultuo ocorreu depois de uma intervenção do deputado pernambucano Sílvio Costa, do PT do B.
Ele reclamou que teria direito a 20 minutos de fala, enquanto todos os oradores anteriores já haviam falado por cinco minutos.
Renan, em tom de galhofa, afirmou que concedeu o tempo maior porque, do contrário, Costão iria armar um barraco.
Na verdade, ele escondia um erro da mesa, na condução, uma vez que informou um tempo maior e encaminhou a sessão com um tempo menor.
Na sua fala, a senadora Vanessa Grazziotin pediu isonomia, mas Calheiros não aceitou. “não existem dois Silvio Costa nesta casa”, chegou a dizer.
A sessão chegou a ser suspensa.
Silvio Costa ainda tentou provocar o ex-ministro Romero Jucá. “Temer deveria ter segurado a sua onda”, afirmou, em relação a demissão do senador do PMDB. “Jucá estava dando aula a Meirelles”, disse o pernambucano.
Costa acusou Juca ainda de vender pessimismo e que eram irresponsáveis.
A maior bronca dos aliados de Dilma era uma só.
Com a aprovação de uma meta maior, passa o discurso de que o rombo de Dilma era maior do que ela admitia.
Não por acaso, o polêmico deputado pernambucano chegou a propor que todos votariam a meta maior, se Jucá afirmasse na tribuna que não havia herança maldita de Dilma.
Jucá falou, menos de cinco minutos.
Sobre as polêmicas, diferenciando Dilma e Temer, disse que saiu do governo, diferentemente do que ocorreu com ex-ministro Aloisio Mercadante. “Ele ficou atrás da Dilma até ser expulso”. “A maior herança maldita é ter que aguentar vocês”, respondeu Jucá, sem citar Costa, que chegou a anunciar que iria pedir o impeachment de Temer, com base nas pedaladas.
No final da sessão, os aliados de Dilma ainda ameaçaram judicializar a votação, pois o tempo não havia sido respeitado.
A ameaça chegou a ser feita pelo deputado Orlando Brito e depois pelo ex-líder do governo Dilma no Senado Humberto Costa.
Os aliados de Temer apresentaram um requerimento para o presidente pedindo para encerrar a discussão na sessão e votar a nova meta fiscal.
O PT defendia o projeto de resolução que aumentava de seis para dez dias úteis o prazo de apresentação de emendas para as medidas provisórias.
Tentava mais prazo para debater, com o objetivo de procrastinar.