Os deputados federais Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foram vaiados e alvo de um “beijaço” em protesto na Comissão de Cultura da Câmara.

O grupo estava reunido em audiência pública na tarde desta terça-feira (24) para debater o fim do Ministério da Cultura - extinto no primeiro dia do governo Michel Temer (PMDB) e recriado oficialmente nessa segunda (23), após protestos.

LEIA TAMBÉM » “Ao dar posse a Calero estou homenageando a cultura nacional”, diz Temer após protestos Nem Feliciano nem Bolsonaro fazem parte da comissão.

A assinatura dos dois não está no relatório da audiência, convocada por requerimentos de seis deputados, entre eles Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).

O deputado do PSOL não participou da reunião.

Feliciano e Bolsonaro entraram na sala no momento da reunião, que aconteceu ao mesmo tempo em que uma sessão conjunta do Senado votava vetos presidenciais antes de apreciar a nova meta fiscal.

Contra os parlamentares, integrantes de movimentos sociais que participavam da audiência fizeram uma mobilização com um beijaço. » Contra fim do Ministério da Cultura, manifestantes ocupam prédio do Iphan no Recife » Governadores do Nordeste assinam carta contra fim do Ministério da Cultura “A extinção do ministério mostra a falta de compromisso com a cultura e, mais do que isso, a falta de compromisso com a democracia”, afirmou o presidente da comissão, Chico D’angelo (PT/RJ).

Jandira Feghali, ex-presidente da comissão e uma das deputados que fizeram o pedido para a audiência pública, ressaltou que o recuo do governo Temer em relação à extinção do ministério foi após os protestos e as ocupações de prédios do ministério e, além disso, considerou a reunião uma forma de planejar novas mobilizações. “O MinC não voltou por uma dávida”, disse. “O MinC não será uma milha de avanço nesse mar de retrocesso”, previu ainda, criticando a gestão da qual é oposta. » Enquete: Você aprovou a extinção do Ministério da Cultura? » Mendonça Filho culpa Dilma por dívida da Cultura e faz planos para 2017 Bolsonaro publicou um vídeo sobre o protesto no Facebook. “Se um dia depender de mim, esses nunca mais se locupletarão de recursos públicos (Lei Rouanet) para sobreviver”, afirmou no post.

O parlamentar disse ainda que os manifestantes “fazem apologia à vadiagem”.

Pelo Twitter, Feliciano chamou os manifestantes de “baderneiros fascistas”. “Fui hostilizado, rechaçado, xingado, simplesmente porque propus a CPI do MinC.

A mamata tá acabando.

Arruaceiros não passarão”, disse na rede social.

Mais cedo, o deputado afirmou criticou o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho por ter protestado no Festival de Cannes contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT). » Feliciano diz que Kleber Mendonça Filho protestou em Cannes por ser funcionário do governo Dilma » Aquarius: Equipe do filme protesta em Cannes contra afastamento da presidente Dilma Rousseff