Estadão Conteúdo - O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou na tarde desta terça-feira (24) que fatos equivocados em um dado momento podem gerar fatos positivos em outras ocasiões e exemplificou a “posse individualizada” e “especial” do ministro da Cultura, Marcelo Calero. “Ao dar posse a Calero estou homenageando a cultura nacional”, disse.
Segundo Temer, os demais ministros tomaram posse de maneira informal e, por isso, a posse de Calero estava sendo registrada de forma individualizada e especial.
O diplomata e ex-secretário de Cultura do Rio havia sido anunciado secretário nacional da Cultura, mas, depois de pressões de artistas e servidores, Temer decidiu voltar atrás e recriar a pasta da Cultura, assim Calero foi alçado ao posto de ministro.
LEIA TAMBÉM » Temer edita MP que recria Ministério da Cultura Calero disse que os artistas são trabalhadores que tecem os fios que desenvolvem a economia do País e que fazer gestão pública da cultura é ter presente, “antes de mais nada, a pluralidade brasileira”.
O ministro afirmou ainda que zelará pelo fortalecimento institucional e, a despeito da situação financeira com dificuldade, agradeceu a Temer pela recriação da pasta. “Agradeço a Temer por devolver à cultura o espaço elevado à altura de suas atribuições”, afirmou. » Contra fim do Ministério da Cultura, manifestantes ocupam prédio do Iphan no Recife » Governadores do Nordeste assinam carta contra fim do Ministério da Cultura Calero fez uma série de citações em seu discurso, lembrou sua trajetória na secretaria e agradeceu a presença do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que foi seu ex-professor.
Logo no início de seu discurso, Temer pediu aos presentes que aplaudissem o ex-presidente José Sarney, “já que foi ele o criador” do Ministério da Cultura.
O presidente em exercício citou um trecho do discurso de Calero e disse que concordava com o fato de que “o partido da cultura é a cultura”. “Ele disse muito bem: a cultura não é de ninguém, a cultura não é de partido, a cultura é nacional”, afirmou. » Enquete: Você aprovou a extinção do Ministério da Cultura? » Mendonça Filho culpa Dilma por dívida da Cultura e faz planos para 2017 Temer destacou o perfil de diplomata de Calero e disse que além de boas referências trazidas pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, a quem Calero seria subordinado, a passagem do agora ministro pela secretaria de Cultura do Rio foi boa. “Em sua gestão ele conseguiu reunificar todo o setor cultural e deu-lhe grande desempenho”, disse. “O Marcelo (Calero) é diplomata e como todo diplomata é capaz de fazer uma coisa essencial para o Brasil hoje: que é o diálogo.” » Feliciano diz que Kleber Mendonça Filho protestou em Cannes por ser funcionário do governo Dilma » Aquarius: Equipe do filme protesta em Cannes contra afastamento da presidente Dilma Rousseff O presidente em exercício refez a promessa de quitar os débitos com o setor até o final em parcelas. “Há um déficit na Cultura de R$ 230 milhões e vamos quitar esse déficit ainda este ano”, disse.