O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu antecipar para as 11h desta terça-feira (24) a votação da nova meta fiscal, fixada com um rombo de R$ 170,5 bilhões.

A apreciação da matéria estava marcada para as 17h.

Renan concedeu entrevista coletiva no fim da tarde desta segunda-feira (23), após reunião com o presidente interino, Michel Temer (PMDB), que foi ao Congresso para pedir a aprovação da meta.

Temer foi ao Senado com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Fazenda, Henrique Meirelles.

O presidente foi recebido com protestos de manifestantes que o chamavam de “golpista” em gritos e cartazes.

LEIA TAMBÉM » ‘Sem meta fiscal, quem vai pedalar sou eu’, diz Michel Temer Além de Temer e dos ministros, estava Romero Jucá (PMDB-AL), antes de anunciar que pediria licença do Ministério do Planejamento para retornar ao Senado até a conclusão da apuração e o pronunciamento do Ministério Público sobre a gravação divulgada mais cedo, em que ele chama a Operação Lava Jato, em que é investigado, de ‘sangria’ que precisaria, nas palavras dele, ‘ser estancada’. » Após reunião com Temer, Romero Jucá pede licença do Ministério do Planejamento Ao deixar a reunião, Renan confirmou que o presidente interino foi ao Senado pedir agilidade na votação. “Mais do que nunca é fundamental ajudar o Brasil”, afirmou, em apoio ao peemedebista.

Em seguida, porém, negou que estivesse ajudando Temer. “O que está em jogo não é o Michel, é o Brasil”, justificou, alegando ainda que há uma exigência nacional sobre o assunto.

A nova meta fiscal precisa ser aprovada até o final do mês, sob pena de ocorrer uma paralisação da máquina pública e de o próprio Temer incorrer em descumprimento da legislação fiscal.

No encontro com o presidente em exercício, os líderes partidários afirmaram que vão apoiar a revisão da meta. “Se não aprovar, daqui a pouco quem estará cometendo pedalada sou eu”, Temer chegou a dizer. » Influência de Eduardo Cunha constrange governo de Michel Temer O processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi aberto com acusações de abrir créditos suplementares sem aprovação no Congresso e também das “pedaladas fiscais”, como foi chamado o atraso do repasse de recursos de programas sociais para bancos públicos.