Em um depoimento em novembro de 2014, para a Polícia Federal em Curitiba, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, explica como funcionava a cartelização da Petrobras e como eram pagas propinas de 3% pelas empreiteiras por contratos na estatal, para uso político.
Segundo ele, 2% era para o PT e era recebido por João Vacari Neto, preso em Curitiba.
Os outros 1% iam para o PP, Partido Progressista, que eram recebidos por José Janene até 2008 e que Alberto Youssef assumiu a função, quando ele adoeceu.
Paulo Roberto Costa informou que saiu da Petrobras em abril de 2012 e em agosto já havia aberto uma consultoria, de nome Costa Global, na área de Petróleo, gás natural e Biocombustível.
Com a filha Arianna e mais secretaria e motorista. “O objetivo inicial era prestar serviço, mas, posteriormente, decidiu utilizá-la no sentido de ‘esquentar’ valores consistentes em vantagens indevidas que tinha a receber durante a posição que tinha como diretor de Abastecimento da Petrobras”, afirmou.
No depoimento à PF, ele relata uma série de contatos que seriam simulados, com Queiroz Galvão (R$ 800 mil), Camargo Correia (R$ 3 milhões).
Com a Camago Correia, ele assinou outro contrato, em setembro de 2012, para receber R$ 6 milhões em um ano. “A maior parte dos valores era referente ao recebimento de vantagens indevidas”, afirmou, o ex-diretor da Petrobras.
Com a Iesa Óleo e Gás outro contrato fraudado era de R$ 1,2 milhão, só para valores indevidos.
Um quarto contrato simulado teria sido assinado com a Engevix Engenharia, assinado em abril de 2014 e pelo qual receberia R$ 35 mil por mês, por 19 meses (R$ 665 mil).
O quinto contrato simulado foi feito com a empresa Distribuidora Equador de Petróleo, em maio de 2013, pelo qual receberia R$ 65 mil por 15 meses (cerca de R$ 975 mil).
O dinheiro foi pago até próximo de sua prisão, em 2014.
No mesmo maio de 2013, Paulo Roberto Costa assinou outro contrato com a Equador Log, no valor de R$ 135 mil por 15 meses (cerca de R$ 2 milhões). dinheiro foi pago até próximo de sua prisão, em 2014.
No depoimento, Paulo Roberto Costa é solicitado a dizer com quem tratava, nas empresas, sobre os contratos simulados e os pagamentos.
Neste momento é que Paulo Roberto Costa cita Humberto do Amaral Carrilho, apresentado como dono da empresa Distribuidora Equador, bem como Equador Log, Dislub e Venbras Marítima.
No entanto, o ex-diretor da Petrobras frisa que, no caso do empresário pernambucano, não há relação com as empreireiras nacionais.
Não há participação de Alberto Youssef.
Depoimento de Paulo Roberto na PF sobre contratos simulados Paulo Roberto Costa revela que conheceu Humberto Carrilho em 2008 e 2009 e que ele apresentou um projeto para a construção de um terminal de derivados no Rio Amazonas, já que a estatal usava por lá um navio, tancagem flutuante.
Paulo Roberto conta que encaminhou o projeto para a área técnica da estatal e disse que não houve desvio de conduta nesta fase da análise.
O empresário pernambucano construiu o terminal e acabou sendo contratado pela estatal sem licitação, sob a alegação de exclusividade.
No depoimento, entretanto, Paulo Roberto Costa acrescenta que sua intermediação foi determinante e pesou para a contratação e que, em função disto, a Equador simulou contratos com a Global, repassando valores simulados até meses antes de sua prisao.
Na sua fala à PF, ele conta que teve mês que, ao toco, recebia R$ 550 mil em propinas, tendo comprado uma casa de R$ 3 milhões em Angra dos Reis e um lancha de R$ 1 milhão.