Brasília - O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil) Da ABr - O ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou nesta segunda-feira (23) que tenha tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Jucá disse ainda que não vai pedir afastamento do cargo.

O ministro afirmou que não teme ser investigado. “Nunca cometi e nem cometerei qualquer ato para dificultar qualquer operação, seja Lava Jato, ou qualquer outra”, disse Jucá, em entrevista coletiva à imprensa. “Da minha parte, sempre defendi e explicitei e apoiei com atos a Operação Lava Jato.

A política terá uma outra história depois da Operação Lava Jato”.

LEIA MAIS: » Gravação de Jucá “demonstra a verdadeira razão do golpe”, diz Berzoini » Empresário diz à PF que aceitou ser laranja de Jucá em emissora de TV » Michel Temer diz a procuradores que não barrará Lava Jato O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem hoje (23) que diz que em conversas, gravadas em março, o atual ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um pacto para impedir o avanço da Operação Lava Jato sobre o PMDB, partido do ministro.

Lava Jato De acordo com a reportagem, em um dos trechos da gravação Jucá disse que “tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”.

Ao ser questionado sobre o trecho, Jucá disse que estava se referindo ao cenário da economia do país, e não a uma paralisação da Lava Jato. » PDT vai entrar na terça-feira com pedido de cassação contra Jucá » Líder do DEM defende que Jucá seja afastado do governo Temer » Defesa de Jucá admite que ele conversou com Sérgio Machado “Estava falando em delimitar as responsabilidades, que é dividir quem tem culpa e não tem culpa.

Delimitar responsabilidade não é parar a investigação.

Não tem esse diálogo, nessa conversa”, disse, argumentando que o jornal usou “frases soltas dentro de um diálogo”. “A análise que fiz e comentários que fiz com o senador Sérgio Machado [ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras] são de domínio público.

Disse o que tenho dito permanentemente a jornalistas, em entrevistas e debates”, afirmou. » Romero Jucá afirma que ‘caiu a ficha do PSDB’ sobre operação Lava Jato » Enquete: Romero Jucá deve permanecer no cargo de ministro do Planejamento?

Afastamento Jucá disse que conversou hoje com o presidente interino Michel Temer e apresentou seu posicionamento sobre a reportagem.

O ministro disse que não pretende renunciar ao cargo e reforçou que o “cargo pertence ao presidente”.

Jucá disse ainda, que o fato de ser investigado, não enfraquece o governo de Michel Temer e ressaltou que seu papel é ajudar o governo. » Veja os diálogos de Jucá sobre a Lava Jato e acordão nacional » Em diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato » Janot pede inclusão de Renan, Jucá, Raupp e Barbalho em inquérito sobre Belo Monte “Da minha parte, não vejo motivo para tomar nenhuma posição”, disse.

O ministro do Planejamento reafirmou que não teme ser investigado e que seu foco não é a operação. “Não perco um minuto do dia com a Operação Lava Jato”, acrescentou. “O cargo de ministro é uma decisão do presidente Michel Temer.

Vou exercer na plenitude enquanto tiver a confiança do presidente.

O cargo é do presidente”, acrescentou o ministro em entrevista à imprensa. » Empresas da Lava Jato doaram a 12 ministros de Temer » Empresário diz à PF que aceitou ser laranja de Jucá em emissora de TV » Temer financiou candidaturas com doações de empresas da Lava Jato “O que está neste texto não me compromete”, acrescentou. “Não há nenhum demérito em ser investigado.

Todos podem ser, o demérito é ser condenado.

Não tenho nenhum temor de ser investigado pela Lava Jato.

Se tivesse telhado de vidro, não teria assumido a presidência do PMDB no momento de confronto com o PT”.