Dois dias após o presidente Nacional do Partido Verde, José Luiz Penna, ter declarado no Recife que, se não houvesse impeachment, o Brasil iria “para um buraco profundo”, o PV acaba de decidir, em Brasília, que vai adotar posição de independência em relação ao governo do presidente Michel Temer.

Com a iniciativa, o PV não se alinhará com todas as decisões do Planalto, mas disse que não se recusará a votar em favor de projetos que sejam de “interesse do País”.

A reunião que decidiu sobre o assunto ainda não acabou.

A informação foi repassada ao Diretório Regional do PV por Carlos Augusto, presidente da legenda em Pernambuco.

Ele participa do encontro, na capital federal. “Nós temos um ministro no Governo Temer, mas ele é uma escolha pessoal do presidente”, disse.

O ministro é Zequinha Sarney (PV-MA), que foi convidado por Temer para cuidar da pasta do Meio Ambiente.

Presente ao encontro, o maranhense disse acatar a posição do PV.

De acordo com Carlos Augusto, o próprio Zequinha reconheceu ter sido uma “indicação pessoal” de Temer.

Ele disse que Zequinha “entendeu muito bem” a posição do PV.

No último sábado, o presidente Nacional do Partido Verde, José Luiz Penna, havia rebatido às acusações de que são “golpistas” todos aqueles que se posicionaram a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. “É importante que a gente compreenda que o momento de transição do governo foi muito importante para a sobrevivência do país”, disse. “Se não fosse o “golpe”, nós iríamos para um buraco profundo.

Essa é que é a verdade”. “Nossa participação foi claríssima, todos os nossos deputados votaram pelo impeachment, porque o governo que nós tínhamos, e espero que não volte, não dialogava com o futuro”.

Penna esteve no Recife para participar do Encontro Estadual do PV, que ocorreu na praia de Boa Viagem.

Penna disse que o Brasil e os políticos vivem um momento muito especial, de desgaste por conta dos desmandos no Governo e da Operação Lava-Jato.

Ele disse que mesmo os políticos que são sérios, estão pagando um preço alto por conta da imagem maculada dos que estão envolvidos em escândalos. “Eu mesmo quando vejo uma moça bonita, e ela me pergunta o que é que eu sou, não digo que sou político.

Digo que sou músico”, ironizou.