Logos após entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira, no Recife, o ministro das Cidades do governo do presidente interino Michel Temer, Bruno Araújo, disse a jornalistas que vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU), na próxima semana, uma auditoria no programa Minha Casa, Minha Vida.
Na rádio pernambucana, o ministro já havia desmentido a total suspensão da terceira fase do programa, como havia afirmado reportagem do Estadão, na manhã desta sexta-feira (20). “Essa auditoria é para eu, enquanto gestor público, me proteger do que foi feito no passado.
E para que o próprio Tribunal, que já tem indicativos, possa continuar contribuindo com elementos técnicos que vem encontrando no aperfeiçoamento do programa”, explicou.
Bruno Araújo afirmou que irá buscar ministros do TCU na próxima semana para tratar do assunto.
Segundo o ministro, o eventual trabalho do TCU não irá atrasar ou suspender o andamento do programa social.
Nesta sexta, ainda na capital pernambucana, Bruno Araújo disse que o programa habitacional popular tinha “no mínimo” 50 mil casas prontas para serem inauguradas.
Mas que não foram ocupadas pelas famílias porque tiveram a entrega suspensa para o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), “distribuir a ministros e serem inauguradas”. “Há neste momento, no mínimo, algo como 50 mil unidades habitacionais no Brasil afora prontas, em grande parte delas, em algumas delas, as pessoas já pagando prestação, do lado de fora, olhando para o seu apartamento sem poder porque a presidente Dilma não permitiu a inauguração porque faltou ministro de Dilma para inaugurar a obra”, afirmou.
De acordo com o tucano, a suspensão das entregas teve “caráter absolutamente político”. “Isso mostra o compromisso do governo anterior com essa vinculação essencialmente política”, disse.
O tucano afirmou que vai aconselhar o presidente em exercício, Michel Temer, a realizar uma cerimônia única para que a entrega das casas ocorra simultaneamente em todo o Brasil. “A minha sugestão ao presidente Temer vai ser que me autorize, a todos os prefeitos, governadores, às gestões que participaram das obras, que os inaugure ou que faça uma solenidade nacional dando por inaugurado esse volume de obras e tirando esse aspecto tão negativo, tão feio, de conter a possibilidade de dezenas de milhares de brasileiros entrarem no seu imóvel novo porque faltou alguém do PT ir lá inaugurar”, disse.
LEIA MAIS: » Governo Temer suspende todas as novas contratações do Minha Casa Minha Vida » Supremo autoriza e Sérgio Moro investigará Eduardo da Fonte » No Recife, CUT realiza ato pelo “Fora Temer” e contra o fim do Ministério da Cultura » Campanha arrecada doações para mães de bebês com microcefalia Ouça a íntegra da entrevista: Mesmo assim, o pernambucano confirmou que fará uma auditoria no programa. “O governo [Dilma] se comprometeu com obras que a sociedade não podia pagar”.
Segundo Bruno Araújo, é necessário fazer uma revisão na forma de contratação do Minha Casa Minha Vida, mas isso deve acontecer sem a necessidade da suspensão.
Sobre a meta traçada pela presidente afastada Dilma Rousseff de contratar 2 milhões de moradias do Minha Casa Minha Vida até o fim de 2018, Araújo afirmou que não pode se comprometer com o intento.
Ouça a segunda parte da entrevista com o ministro: » Em nova missão, PF mira em pessoas ‘próximas’ de Lula e contratos da Odebrecht » Câmara do Recife concede título de cidadão ao líder da Assembleia de Deus no Brasil » Posse de ministros de Temer confirma ausência de mulheres no primeiro escalão » Humberto Costa acusa Governo Temer de revogar construção de 35 mil moradias do Minha Casa Minha Vida LEIA TAMBÉM: » Ministro critica falta de liderança no PSB de Pernambuco após morte de Eduardo Campos » ‘Sem meta fiscal, quem vai pedalar sou eu’, diz Michel Temer » Michel Temer diz a procuradores que não barrará Lava Jato » Para Humberto, Temer quer recriar “engavetador-geral da República” No Facebook, o ministro já tinha negado mais cedo a suspensão do programa habitacional, afirmando que essa informação “não corresponde à realidade.” Na última terça-feira (17), o pernambucano revogou uma portaria editada por Dilma que autorizava a Caixa a contratar a construção de até 11.250 unidades habitacionais do programa. » Enquete: Você aprovou a extinção do Ministério da Cultura? » Artistas protestam contra fim do Ministério da Cultura no Recife » Senado convoca Mendonça Filho para explicar fim do Ministério da Cultura » ‘Bela, recatada e do lar’: campanha na web ironiza perfil de Marcela Temer em revista; Veja os memes A terceira fase do programa foi lançada no fim de março pela presidente, agora afastada, prevendo recursos totais de R$ 210,6 bilhões para construção de 2 milhões de moradias até 2018. » Bolsonaro é batizado em Israel durante votação do impeachment » Janaína Paschoal chora durante depoimento na comissão do impeachment » Janaína Paschoal grita com senador e leva bronca do presidente de comissão Na ocasião, o governo informou que do total de recursos, R$ 41,2 bilhões seriam do Orçamento da União, R$ 39,7 bilhões em subsídios do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o restante em financiamentos pelo FGTS. » “O problema foi ousar questionar o Deus do petismo”, diz Janaína Paschoal » Discurso pró-impeachment de Janaína Paschoal vira meme nas redes sociais » Em vídeo, pernambucanos justificam apoio a Jair Bolsonaro para presidente em 2018 PERNAMBUCANO: Alçado aos holofotes por ter proferido o 342º voto a favor da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o que garantiu a maioria de dois terços necessária para que o pedido fosse encaminhado ao Senado, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) assumiu na última semana o Ministério das Cidades.
LEIA MAIS: » Voto pernambucano sacramenta impeachment de Dilma Rousseff » Humberto Costa critica PSB de Paulo Câmara por dar apoio ao PMDB » Silvio Costa dispara: “Quem está tentando assumir o poder é o PCC: Partido da Corja do Cunha” Ele é um dos nomes indicados pelo PSDB para compor o governo de Michel Temer, que assumiu a Presidência após Dilma ter sido afastada por até 180 dias, enquanto o Senado realiza o julgamento final sobre seu impedimento. » A favor do impeachment, Priscila Krause diz que se pode esperar milagre » Em vídeo, Jair Bolsonaro treina declaração do voto a favor do impeachment; assista » Legislativo não é mero puxadinho do Poder Executivo, diz relator Araújo, que cumpria seu terceiro mandato como deputado federal, passou a ganhar destaque a partir de 2012, quando se tornou líder do PSDB na Câmara.
Até fevereiro deste ano, ele desempenhou o papel de líder da oposição e foi um defensor de primeira hora do impeachment de Dilma, mesmo quando as lideranças tucanas ainda se demonstravam relutantes em encampar a proposta.