Foto: Marcos Correa/AFP Estadão Conteúdo - O presidente em exercício Michel Temer fez um apelo na manhã da quarta-feira, 18, aos líderes partidários do Senado para aprovar a revisão da meta fiscal de 2016 no Congresso.
No encontro, no Palácio do Jaburu, Temer chegou a argumentar que poderá ser punido como a presidente afastada Dilma Rousseff, caso a proposta não seja apreciada.
LEIA MAIS: » Michel Temer diz a procuradores que não barrará Lava Jato » Para Humberto, Temer quer recriar “engavetador-geral da República” » Juiz Sérgio Moro condena José Dirceu a 23 anos de prisão na Lava Jato “Se não aprovar, daqui a pouco quem estará cometendo pedalada sou eu”, disse Temer, conforme relatos obtidos pelo jornal O Estado de S.
Paulo.
Temer disse que encaminhará ao Congresso até a próxima segunda-feira uma nova proposta que contemple um rombo das contas públicas superior aos R$ 96,6 bilhões previstos por Dilma no projeto encaminhado em março. » Posse de ministros de Temer confirma ausência de mulheres no primeiro escalão » Michel Temer assina notificação de posse como presidente interino A nova meta fiscal precisa ser aprovada até o final do mês, sob pena de ocorrer uma paralisação da máquina pública e de o próprio Temer incorrer em descumprimento da legislação fiscal.
No encontro com o presidente em exercício, os líderes partidários afirmaram que vão apoiar a revisão da meta.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou na quarta que a medida será votada na próxima terça-feira, mesmo se a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não apreciá-la. » “Não fale em crise, trabalhe”, diz Michel Temer em discurso de posse » Michel Temer assina notificação de posse como presidente interino do Brasil » Raul Jungmann toma posse na Defesa e elogia comportamento das Forças Armadas no impeachment Rombo Desde que assumiu o governo, Temer trabalha para quantificar e aprovar logo a revisão da meta, o primeiro grande teste da nova gestão no Congresso.
Inicialmente, falava-se em algo entre R$ 120 bilhões a R$ 130 bilhões.
Esta semana, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, informou a Renan que o rombo poderá ultrapassar os R$ 160 bilhões.
Na quarta, no Rio, sem especificar valores, ele disse que o novo déficit incluirá perdas com o reconhecimento de baixas no balanço da Eletrobras, que variam de R$ 15 bilhões a R$ 40 bilhões, e com a renegociação da dívida dos Estados. » Janot denuncia senadora Gleisi e ex-ministro Paulo Bernardo na Lava Jato » Lava Jato denuncia Gim, Odebrecht, Marcos Valério, Delúbio, Ronan e mais 15 » TSE nega recursos de Dilma e Temer para excluir Lava Jato de ação Em tom cauteloso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na quarta que prefere não usar um número que depois tenha de ser corrigido. “Vamos dizer qual é a realidade e onde estão as dúvidas.” Meirelles não descartou, entretanto, que no relatório de receitas e despesas que o governo apresentará na sexta-feira haja mais um corte no Orçamento de 2016 que pode chegar a R$ 30 bilhões.
Meirelles e Jucá conversaram pessoalmente ontem para tentar afinar o discurso. » Ministro da Justiça nega mal-estar com Michel Temer » Janot acusa Lula de ter ‘papel central’ na tentativa de obstruir Lava Jato » Aliado de Cunha, novo líder do governo na Câmara é investigado pela Lava Jato Apesar da profusão de números, a previsão mais realista da equipe econômica, conforme antecipou na terça-feira o Broadcast, serviço de notícias tempo real da Agência Estado, é de que o déficit fiscal para este ano seja de R$ 150 bilhões. “Estamos buscando um número realista e retirando truques da equipe anterior, como os descontos da meta”, afirmou a fonte.
Esses descontos passarão a ser computados como despesas.
O receio da equipe econômica é não superdimensionar o rombo na meta fiscal, a fim de não ter o efeito contrário ao previsto: em vez de apertar, dar sinais de liberação nas contas públicas. “Se superestimar o déficit, o governo perde.
E, no final, prejudicaria ainda mais o resultado primário”, afirmou uma fonte da área. » Empresas da Lava Jato doaram a 12 ministros de Temer » Janot pede mais prazo no inquérito da Lava Jato sobre Fernando Bezerra Coelho » Cunha entra com recurso para reverter ação que o transformou em réu na Lava Jato Alheia à discussão desde março, quando Dilma enviou o projeto ao Congresso, a CMO só escolheu na quarta o deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS) como relator da revisão da meta.
O colegiado, que deve receber os números do governo, pretende votar o projeto até a segunda. » Enquete: Você aprovou a extinção do Ministério da Cultura? » Artistas protestam contra fim do Ministério da Cultura no Recife » Novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, diz que projetos que dependem da Lei Rouanet serão mantidos O presidente da CMO, deputado Arthur Lira (PP-AL), já adiantou que, se a comissão não votá-la, não vê problemas se a meta for apreciada diretamente no plenário.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.