Estadão Conteúdo - Um ano após ter dito na CPI da Petrobras que não tinha contas ocultas no exterior, o deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depõe na manhã desta quinta-feira, 19, no Conselho de Ética da Casa.
O peemedebista é acusado por PSOL e Rede de ter mentido à comissão em 2015 e, por isso, ter quebrado o decoro parlamentar.
LEIA MAIS: » Na avaliação de Delcídio, Temer indicou ministros ‘fraquinhos’ » Aliado de Cunha, novo líder do governo na Câmara é investigado pela Lava Jato » Posse de ministros de Temer confirma ausência de mulheres no primeiro escalão Cunha chegou por volta das 9h30, acompanhado de seu advogado Marcelo Nobre, e não falou com a imprensa.
O deputado está na mesma sala onde compareceu no dia 5 de março do ano passado voluntariamente.
Doze meses depois, o deputado suspenso terá de explicar as contas encontradas na Suíça pela Procuradoria Geral da República (PGR), as quais ele afirma serem trustes.
Em 2015, Cunha compareceu à sessão como presidente da Casa e nesta quinta-feira comparece na condição de investigado, sujeito a perder o mandato parlamentar. » Ministro confirma André Moura para liderança do governo na Câmara » Eduardo Cunha está inconformado por não poder ir à Câmara, diz colunista » Cunha entra com recurso para reverter ação que o transformou em réu na Lava Jato O peemedebista depõe no colegiado cercado por aliados e com a promessa de fazer um discurso de confronto direto.
O primeiro a marcar presença foi seu aliado Carlos Marun (PMDB-MS).
Para comportar a demanda, foi reservada uma sala maior e a sessão de votação no plenário foi cancelada.
A expectativa é que o peemedebista faça um depoimento mais político do que jurídico, negue a titularidade das contas na Suíça e reafirme que os valores encontrados no exterior não são dele, mas de trustes. » Temer abriga aliados de Cunha no Planalto » Temer nomeia advogado de Eduardo Cunha para Jurídico da Casa Civil » Michelzinho escolhe marca do governo Temer e vira meme na web; veja Por considerar que os votos no colegiados já estão definidos, o peemedebista não deverá focar na tentativa de convencimento dos pares, mas no ataque aos adversários declarados, como o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que disputou a presidência da Casa com ele no ano passado. “Ele vem para causar”, definiu um aliado.
Para retaliar o adversário, o Solidariedade, partido que gravita na órbita de Cunha, entrou com representação contra Delgado ontem.
Se a medida chegar ao conselho, Delgado estará automaticamente fora da votação final do processo disciplinar contra Cunha. » Governo Temer define ‘ordem e progresso’ como slogan » Novo slogan de Governo Temer gera memes na internet; confira » ‘Bela, recatada e do lar’: campanha na web ironiza perfil de Marcela Temer em revista; Veja os memes O depoimento encerra a fase de instrução processual.
Agora, o relator então terá 10 dias úteis para apresentar seu parecer final.
A ideia é entregar o parecer ainda neste mês.