Eduardo Cunha (PMDB-RJ) faz sua defesa no colegiado, onde enfrenta um processo que pode resultar na cassação do mandato como parlamentar.

Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados Estadão Conteúdo - Durante a sua oitiva no Conselho de Ética, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reitera a todo momento que não possui patrimônio no exterior, e sim é beneficiário de um truste.

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Defendendo-se da acusação de que teria tentado ocultar patrimônio ilícito no exterior, o peemedebista afirmou que “não poderia ocultar o que não pertence a ele”.

De acordo com Cunha, a transferência de propriedades ao truste foi uma forma de gerir recursos adquiridos por ele através de investimentos e negócios na década de 1980, e que ele não transferiu nenhuma quantia depois de 2007. » Na avaliação de Delcídio, Temer indicou ministros ‘fraquinhos’ » Aliado de Cunha, novo líder do governo na Câmara é investigado pela Lava Jato » Posse de ministros de Temer confirma ausência de mulheres no primeiro escalão “Não houve transferência de valores daqui para lá (Suíça), a origem dos recursos é de mais de 30 anos”, afirmou.

O peemedebista mostrou aos membros do conselho um passaporte que possuía na época para mostrar atividades que tinha no exterior. “Minhas atividades eram outras na década de 80”, alegou. “Se o objetivo fosse esconder, talvez eu teria constituído uma fundação, onde se pode esconder qualquer tipo de atividade.

Não existe instituto mais transparente que o truste”, disse.

Alvo de polêmica, Cunha admitiu que se equivocou ao usar o termo “usufrutuário em vida” durante uma entrevista, dizendo que de fato não é o mais adequado juridicamente para o truste que possui, mas voltou a afirmar que é “beneficiário do truste sem dúvida nenhuma” se o banco vier a devolver o dinheiro. » Ministro confirma André Moura para liderança do governo na Câmara » Eduardo Cunha está inconformado por não poder ir à Câmara, diz colunista » Cunha entra com recurso para reverter ação que o transformou em réu na Lava Jato Questionado sobre os gastos de sua esposa atrelados ao truste, Cunha declarou diversas vezes que os cartões estão no nome de Cláudia Cruz, que “não é alvo da representação”. “A conta de truste da minha esposa era uma conta de cartão de crédito”, disse. » Temer abriga aliados de Cunha no Planalto » Temer nomeia advogado de Eduardo Cunha para Jurídico da Casa Civil » Michelzinho escolhe marca do governo Temer e vira meme na web; veja “Não posso aceitar que se estenda representação a familiares, minha esposa não é deputada e não está sujeita ao Conselho de Ética.” Cunha alega que se colocou à disposição das autoridades suíças para ser investigado e que a abertura de inquérito não significa que praticou atos ilícitos.