Mesmo com a presidente Dilma Rousseff (PT) afastada apenas temporariamente e o interino Michel Temer (PMDB) no poder até o julgamento dela, o novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho (DEM) já anunciou, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (18), planos para o ano que vem, com base em propostas para o orçamento que começa a ser visto pela Câmara agora.

De oposição à petista, o pernambucano ainda criticou o Ministério da Cultura de Dilma e defendeu a extinção da pasta e inclusão dela na Educação.

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Mendonça Filho ressaltou que o orçamento para a Cultura que o orçamento foi reduzido entre o ano passado e este ano em mais de 25%, sendo de R$ 2,6 bilhões em 2016. “Acumula de 2015 para 2016, em termos de resto a pagar, R$ 1.580 bilhões.

Mais da metade do orçamento de 2016 tem comprometimento”, frisou Mendonça, usando esses números para defender a fusão das pastas, muito criticada pela classe artística e por movimentos sociais. “Mesmo tendo o Ministério da Cultura como grande motor, não tem tido o sucesso desejado por todos aqueles que produzem e que fazem a cultura dentro do nosso País”, disse o novo ministro. “Do ponto de vista internacional, não temos contexto que possa demonstrar a necessidade de um ministério como determinante para a promoção da cultura”, opinou ainda.

Para tentar defender a junção das pastas, afirmou que parte dos recursos da Educação poderão ser usados para fomentar atividades culturais em escolas.

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Atualmente à frente da pasta na Prefeitura do Rio de Janeiro, ele toma posse no cargo na próxima segunda-feira (23).

O pernambucano aproveitou ainda para anunciar Helena Severo para a presidência da Bibliote Nacional.

Calero anunciou o pagamento de dívidas do extinto ministério que, segundo o ministro, são de R$ 236 milhões. “Vamos quitar os débitos mais imediatos de contratos de prestação de serviços e editais que nao foram pagos.

Vamos tratar de restaurar a dignidade dos fazedores de cultura do País, que muitas vezes não foram respeitados”, alfinetou.

Mendonça Filho disse que o valor devido atualmente será pago em quatro parcelas a partir da próxima semana. » Renan se compromete em recriar Ministério da Cultura por emenda no Congresso » Senado convoca Mendonça Filho para explicar fim do Ministério da Cultura Fazendo planos para o próximo ano, período que passa o do governo interino de Temer, Mendonça Filho disse: “É importante ressaltar o fato de que, no compromisso de governo, ficou definido que para o exercício de 2017 o governo Michel Temer vai repor o orçamento (da Cultura) que ficou defasado ampliar o nível de investimento.” » Novo ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, diz que projetos que dependem da Lei Rouanet serão mantidos » Artistas protestam contra fim do Ministério da Cultura no Recife » Federais de Pernambuco já cobram mensalidades, mas têm dúvidas sobre projeto do MEC » MEC deve apoiar cobrança de mensalidades se universidades públicas quiserem » Mendonça Filho é recebido sob protestos no ministério e artistas prometem ato no Recife