Foto: Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados Estadão Conteúdo - O novo líder do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), é um dos membros da chamada “tropa de choque” de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Casa.

Assim como o peemedebista, Moura também é formalmente investigado pela Operação Lava Jato.

LEIA MAIS: » Ministro confirma André Moura para liderança do governo na Câmara » Eduardo Cunha está inconformado por não poder ir à Câmara, diz colunista » Cunha entra com recurso para reverter ação que o transformou em réu na Lava Jato O parlamentar está em seu segundo mandato consecutivo de deputado federal (2011-2015 e 2015-2019) por Sergipe.

Antes disso, foi deputado estadual por um mandato (2006 a 2010) e prefeito da cidade sergipana de Pirambu por dois mandatos (1997 a 2004), pelo extinto Partido da Frente Liberal (PFL).

Na Câmara dos Deputados, André Moura estava à frente da liderança do PSC na Casa desde março de 2012.

O parlamentar, no entanto, só ganhou notoriedade após Cunha chegar à presidência da Casa, quando passou a ser considerado o “homem de Cunha”. » Temer abriga aliados de Cunha no Planalto » Temer nomeia advogado de Eduardo Cunha para Jurídico da Casa Civil » Michelzinho escolhe marca do governo Temer e vira meme na web; veja » PT não inventou corrupção, mas sistematizou atuação partidária, acusa Delcídio Toda essa proximidade fez com que Cunha, mesmo afastado, articulasse apoio de cerca de 300 deputados de 13 partidos para indicação de Moura para liderança do governo Temer.

O parlamentar sergipano disputava o posto com Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendido por siglas da antiga oposição, como PSDB, PPS e DEM.

Na Lava Jato, o novo líder do governo é formalmente investigado sob suspeita de atuar em conjunto com outros aliados de Cunha para chantagear empresas na Câmara.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que o grupo apresentou requerimentos e atuou na Casa para pressionar o grupo Schahin.

O deputado nega. » Governo Temer define ‘ordem e progresso’ como slogan » Novo slogan de Governo Temer gera memes na internet; confira » ‘Bela, recatada e do lar’: campanha na web ironiza perfil de Marcela Temer em revista; Veja os memes Conselho de Ética Moura é tido como um dos principais articuladores de Cunha no Conselho de Ética da Câmara, onde o peemedebista é alvo de processo que pode levar à cassação de seu mandato.

O novo líder do governo Temer articulou a troca de membros do colegiado na tentativa de salvar o presidente afastado.

Nessas negociações, Moura também operou como mensageiro entre Cunha e ministros da presidente afastada Dilma Rousseff.

Coube ao deputado negociar com o Planalto, a pedido do peemedebista, os votos do PT no Conselho de Ética em troca da não deflagração do impeachment da petista.

A negociação, porém, não teve sucesso. » Na avaliação de Delcídio, Temer indicou ministros ‘fraquinhos’ » Posse de ministros de Temer confirma ausência de mulheres no primeiro escalão » “Não fale em crise, trabalhe”, diz Michel Temer em discurso de posse » Quatro pernambucanos entre os ministros de Temer; Fernando Filho é novidade na Minas e Energia Na Câmara, o novo líder do governo faz parte da bancada católica e empunha bandeiras como a criminalização do aborto e o Pacto Federativo.

A proximidade com Cunha fez com que ele fosse escolhido presidente de comissões especiais, como a de Redução da Maioridade Penal e do Piso Nacional dos Vigilantes.

Moura nasceu em Salvador (BA), tem 44 anos e é casado com Lara Ferreira desde 1993, com quem tem dois filhos.

O novo líder do governo não tem formação superior.

Começou os cursos de administração de empresas e de gestão pública na Universidade Tiradentes, em Sergipe, mas não concluiu.