Agência Brasil - O presidente da Comissão Especial Impeachment do Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), informou hoje (17), após reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que vai apresentar na próxima terça-feira (24) o cronograma de trabalho da segunda fase do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff.

Nessa fase será analisado o mérito da denúncia.

De acordo com Lira, a intenção é que o julgamento final da presidenta Dilma ocorra antes das eleições municipais de outubro, portanto, antes do prazo de 180 dias em que a presidenta poderá ficar afastada do governo.

O calendário, no entanto, não é fixo.

Isso porque a cada tomada de decisão da comissão pode haver a apresentação de recursos ao presidente do STF.

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Não vamos encurtar a ponto de parecer, de dar a impressão de açodamento, nem vamos alongar a ponto de criar dificuldades para o país”, disse Lira. » Marco Aurélio libera discussão sobre impeachment de Temer para julgamento no STF » Nova oposição mira em cinco senadores para tentar reverter impeachment de Dilma » Para Tadeu Alencar, impeachment foi medida amarga, mas necessária O relator da comissão especial, Antonio Anastasia (PSDB-MG), ressaltou que não há como definir prazo para apresentação do parecer de pronúncia. “Até agora, na primeira fase, tivemos os indícios.

Agora, vão ser discutidas as provas.

O processo começa agora.

Ainda que haja novos argumentos, agora que é a fase formal de provas.

Se, porventura, essa fase for ultrapassada, se a pronúncia for aceita, vamos ter uma fase três, que é o julgamento.

E, novamente, as testemunhas serão ouvidas as alegações outras vezes. É um rito complexo, que estamos obedecendo fielmente”, disse.

Na fase de pronúncia ocorrerá a produção de provas e de alegações e vai culminar com o parecer da pronúncia, que entenderá se houve ou se não houve o crime de responsabilidade.

Esse parecer será votado pela comissão e, se aprovado pela comissão, será votado pelo plenário.