Foto: Lula Marques/ Agência PT Estadão Conteúdo - A cúpula do PT está dividida sobre o tom da estratégia de oposição ao governo comandado por Michel Temer. À procura de uma bandeira que vá além do discurso do “golpe” contra Dilma Rousseff, afastada da Presidência por até 180 dias, o comando petista pode apoiar até mesmo a proposta de antecipação das eleições presidenciais, mas ainda há divergências sobre o rumo a seguir.

LEIA MAIS: » Humberto Costa diz que PT vai para a oposição, mas voltará pela porta da frente » “Temer conseguiu reunir o que há de mais conservador na política”, diz Humberto Costa O PT também abriga diferentes posições sobre a forma de tratar, a partir de agora, projetos que sempre defendeu, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

A intenção de reeditar a CPMF como “imposto temporário” foi anunciada na sexta-feira, 13, pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Nada do que vier desse governo ilegítimo será aprovado por nós.

Faremos oposição ferrenha”, afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Nem todos, porém, têm a mesma opinião. “Em princípio, o que nós defendíamos antes, continuaremos defendendo.

Se os recursos da CPMF forem vinculados à saúde, a proposta pode ter nosso apoio.

Sou favorável a isso”, disse o ex-líder do governo no Senado Humberto Costa (PT-PE), que foi ministro da Saúde no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. » Parlamento predomina em ministério de Michel Temer » Cidade Viva debate novos desafios do governo Temer » Nova oposição mira em cinco senadores para tentar reverter impeachment de Dilma O modelo da oposição petista será discutido nesta segunda, 16, na reunião da Executiva do partido, e também na terça, quando haverá encontro do Diretório Nacional, em Brasília, com a presença de ex-ministros, governadores e prefeitos.

Lula foi convidado, mas no domingo, 15, informou que não poderá comparecer.

Antes de o impeachment ser aprovado pelo Senado, em primeira votação, Dilma chegou a cogitar a possibilidade de enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para encurtar o seu mandato.

Seria uma tentativa de fazer um aceno para o diálogo com outras forças e, ao mesmo tempo, de “emparedar” Temer. » Quem vai defender Temer no Senado? » Veja perfil dos 23 ministros da equipe de Michel Temer » Posse de Fernando Filho no governo Temer constrange banda do PSB em Pernambuco Recuo Dilma desistiu de enviar a proposta porque a CUT e o MST foram contrários à ideia.

Agora que ela não tem mais a caneta na mão, uma ala do PT quer avalizar uma proposta em tramitação no Senado, que prevê eleições presidenciais em outubro, mês das disputas municipais. » Posse de ministros de Temer confirma ausência de mulheres no primeiro escalão » “Não fale em crise, trabalhe”, diz Michel Temer em discurso de posse » Quatro pernambucanos entre os ministros de Temer; Fernando Filho é novidade na Minas e Energia A chance de aprovação de um projeto assim é remota, mas correntes do PT julgam necessário movimentar o debate político e constranger Temer.

Mais uma vez, há divergências. “Não é o momento de tratar disso.

Temos de fazer a defesa do mandato de Dilma, lutar pelo ‘Fora Temer’ e cuidar das eleições para prefeituras”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). “Essas devem ser nossas prioridades.” As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.