Na Agência Sindical O Brasil sofre um golpe de Estado paraguaio.

Golpe paraguaio é a modalidade pela qual se derruba governo sem precisar de tanques nas ruas.

Golpe é consequência.

A causa está nos erros do petismo e de Dilma, que não souberam conviver com o centro político, gerir sua dinâmica contaminada e atender a seus interesses miúdos.

Ativou o golpe, também, a recaída conservadora do programa econômico de Dilma.

Essa guinada rompeu a base eleitoral e social do petismo, abrindo larga estrada para a reação conservadora e golpista.

Décadas depois de Jango, os governos Lula e Dilma foram o que de mais avançado aconteceu na política brasileira.

A derrota desse projeto - acima dos interesses do PT e para além de seus erros - atinge duramente o segmento popular e democrático.

O Brasil pende para a direita.

O governo Temer reunirá, basicamente, o centro conservador, a direita, a Fiesp, o capital financeiro, o ruralismo atrasado, saudosistas da ditadura e segmentos do sindicalismo contrários à CUT.

Trata-se de um campo político forte, com base social, suporte midiático e sede de vingança.

Não será fácil enfrentar o destacamento que ora empalma o governo e o Estado.

Não será fácil resistir aos ataques a direitos.

Não será fácil impedir o avassalamento do Estado pelo mercado.

Não será fácil impedir que programas de inclusão social sejam diluídos ou extintos.

Mas o enfrentamento será inevitável e imperioso.

A Agência Sindical, respeitando os que pensam de modo diferente, já vem repercutindo a posição de sindicalistas e segmentos contrários ao caráter neoliberal do Plano Temer - “Uma ponte para o futuro”.

E assim faremos ante toda iniciativa do grupo dominante contra o interesse nacional, os trabalhadores, o sindicalismo e as conquistas do Estado de Direito.

Não somos de partido e não vamos discutir aqui os erros do PT e seus aliados.

Não achamos, também, que Temer, Padilha, Geddel e o Gato Angorá (alguns dizem rato angorá) sejam o fim da história.

A balança pendeu para a direita.

Só a Nação mobilizada, com líderes lúcidos, limpos e consequentes, poderá consertar o que entortou.