Após sessão de quase 20 horas, o plenário do Senado Federal aprovou, por 55 votos a 22, a abertura do pedido de impeachment.

Para aguardar a conclusão do processo, a presidente Dilma Rousseff (PT) será afastada por até 180 dias.

Se, após os seis meses, o julgamento não for feito, a petista volta ao poder para aguardar a decisão.

Antes mesmo da decisão dos parlamentares, o vice Michel Temer (PMDB) já havia formado boa parte do primeiro escalão do seu governo provisório.

Setenta e sete dos 81 senadores votaram.

Delcídio do Amaral (sem partido-MS) foi cassado nessa terça (10) e os outros dois estão de licença médica.

O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou.

O resultado deverá ser publicado no Diário do Senado desta sexta-feira (13).

Dilma deixará o cargo após receber a notificação do senador Vicentinho Alves (PR-TO), o primeiro-secretário da Casa.

LEIA TAMBÉM » Humberto Costa diz que PT vai para a oposição, mas voltará pela porta da frente » Ex-ministro de Dilma, Fernando Bezerra Coelho diz que ela tentou mascarar contabilidade pública » Em discurso, Armando defende revisão da lei do impeachment O processo de impeachment começou a ser articulado no ano passado, mas só foi aceito no dia 2 de dezembro, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - afastado na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por usar o cargo para agir em benefício próprio, além de ser réu na Operação Lava Jato - acolheu pedido dos juristas Helio Bicudo, Reale Junior e Janaína Paschoal. » Veja linha do tempo que mostra os principais fatos até o afastamento de Dilma: O pedido de afastamento, apresentado em outubro, usou como o atraso no repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, referentes a despesas com programas sociais do governo e com o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), que é a chamada “pedalada fiscal”.

Além disso, os juristas alegam que houve seis decretos envolvendo créditos suplementares assinados pela presidente sem autorização do Congresso Nacional. » Fernando Collor, afastado em 1992, deixa em aberto seu voto » Ex-cara pintada Lindbergh Farias volta à cena em papel invertido no impeachment Dilma foi eleita em 2014 com o apoio e o vice, Michel Temer, do PMDB.

Apesar disso, o peemedebista Eduardo Cunha nunca foi para ela um aliado de confiança.

O peemedebista aceitou a denúncia dos juristas um dia depois de a bancada petista decidir votar contra ele no Conselho de Ética da Casa.

O PMDB já havia, porém, dado sinais de afastamento do governo, com o desgaste da imagem da presidente.

O partido, antes do mesmo lado político, lançou um plano econômico próprio.

Não são poucos os que dizem que o problema de Dilma foi não saber escolher os próprios aliados. » Veja galeria de fotos da sessão.

Imagens são da Agência Senado: galeria-senado-impeachment1580 - galeria-senado-impeachment2580 - galeria-senado-impeachment3580 - galeria-senado-impeachment4580 - galeria-senado-impeachment5580 - galeria-senado-impeachment14 - galeria-senado-impeachment15 - galeria-senado-impeachment6 - galeria-senado-impeachment7 - galeria-senado-impeachment8 - galeria-senado-impeachment9 - galeria-senado-impeachment10 - galeria-senado-impeachment11 - galeria-senado-impeachment12 - galeria-senado-impeachment13 - » Rival de Dilma na última eleição, Aécio chama governo de populista e irresponsável » “Com a força do povo, uma República de novo”, ironiza Cássio Cunha Lima no Senado » Roberto Requião prevê caos com modelo econômico de Michel Temer » Antes de votação do impeachment, recifenses já comemoram em Boa Viagem » Para Gleisi Hoffmann, impeachment de Dilma é processo político » Dilma quer manter agenda de viagens e eventos caso seja afastada » Temer anuncia nesta quinta-feira medidas na área econômica, diz Moreira Franco