Menos de 24 horas depois de autorizar inquérito para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção em Furnas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes decidiu, nesta quinta-feira (12), suspender diligências para apurar o crime.
O pedido havia sido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O tucano é suspeito de receber propina do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, em um esquema de desvio de recursos na estatal semelhante ao investigado pela Lava Jato.
O caso já havia sido relatado nas delações do lobista Fernando Moura e do doleiro Alberto Youssef.
Aécio também foi citado na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS).
LEIA TAMBÉM » Gilmar Mendes autoriza inquérito para investigar Aécio Neves por corrupção em Furnas Foi justamente o depoimento de Delcídio que Janot considerou como novidade para pedir a investigação.
No documento enviado a Janot, Gilmar Mendes atende à solicitação da defesa de Aécio Neves. “Os elementos de prova aqui coligidos já eram do conhecimento da Procuradoria-Geral da República.
O único elemento novo seria o depoimento de Delcídio do Amaral.
Sustenta, no entanto, que as declarações do colaborador não forneceram nenhum acréscimo relevante ao conjunto probatório”, diz o texto. » Leia a íntegra do documento Seriam realizadas a coleta de material apreendido na Operação Lava Jato, além do depoimento de Aécio e de testemunhas apontadas por Janot.
Em petição encaminhada a Gilmar Mendes, a defesa do senador argumentou que o depoimento de Delcídio trouxe as mesmas provas que levaram ao arquivamento da investigação anterior contra o tucano.
Os crimes apontados são de suposta prática de corrupção passiva em contratos de Furnas e lavagem de dinheiro por meio de empresa de factoring ligada à sua irmã.