Plenário do Senado durante sessão que decidirá pela aprovação ou rejeição do relatório favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Foto: Pedro França/Agência Senado Um dos principais algozes do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC-AL), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) está hoje em situação contrária e luta contra afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Na madrugada desta quinta-feira (12), o paraibano declarou no Senado que votará contra o processo de impeachment da petista.
Lindberg Farias começou falando do passado e mostrou jornais antigos, supostamente louvando o golpe de 64, depois de ter dito que as elites não tinham compromisso com o Brasil.
Ele pediu que os colegas não deixassem manchar suas biografias por questões de humor de momento, em referência a impopularidade de Dilma. “A oposição não tem lealdade à Constituição”, opinou.
Citou que logo depois da eleição o PSDB foi ao TSE pedir recontagem de votos.
Sobre as pedaladas, disse que o PSDB tentava criminalizar políticas anticíclicas. “Nos erramos”, disse em dado momento em uma autocrítica, com ações que deveriam ter sido adotadas pelo governo Dilma, como a reforma eleitoral ou fim das doações eleitorais.
Não deu uma palavra sobre a operação Lava Jato nem desvios na Petrobrás.
Depois, afirmou o PSDB foi o maior derrotado, pois Aécio Neves teve queda de popularidade.
Em outro momento, voltou a mostrar o programa Ponte para o Futuro, do PMDB, ressaltando de que o projeto iria restabelecer o neoliberalismo. “Vamos fazer uma dura oposição.
Não vamos aceitar perdas de conquistas” No discurso, ainda fez ameaças ao vice. “Não vamos reconhecer esse governo. esse Michel temer onde andar no País vai ter estudantes e trabalhadores levantando a voz neste país” No fim, ele pediu a Dilma que saísse de cabeça erguida. “Perdemos a batalha, não perdemos a guerra” “Vamos colocar esse impostor para fora do palácio do Planalto”, bradou.
LEIA MAIS: » Saiba como será a votação do impeachment no Senado nesta quarta » Sessão do impeachment no Senado pode terminar só na madrugada » Confira os memes do #TchauQueridaDay que dominaram a web nesta quarta-feira No início da sessão desta quarta-feira, antes das falas dos senadores, governistas se revezaram para reapresentar questões de ordem que já haviam sido negadas pelo presidente da Comissão Especial que analisou o parecer, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), antes do processo seguir para a votação de hoje.
Lindbergh usou o tempo para criticar o relatório do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) e reproduziu a manifestação de professores citados no parecer que “desautorizaram” a citação.
Segundo o petista, Anastasia “usou roupagem jurídica eleitoral” no texto, sem apontar materialidade, autoria ou dolo da presidente Dilma Rousseff. “O relatório padece de requisito central e fundamentação jurídica”, afirmou.
Farias voltou a afirmar que o Plano Safra – alvo da acusação das pedaladas fiscais - não é competência da presidente, mas sim do Ministério da Fazenda, e reafirmou que os seis decretos de crédito suplementar assinados em 2015 não criaram novas despesas. “É inadmissível que se sustente, em um Estado democrático como nosso, que alguém seja afastado sem provas.
O relatório é inepto e nulo de pleno direito”, afirmou. » Senador Aloysio Nunes afirma que ‘Dilma não voltará mais ao poder’ » Ao vivo: Acompanhe a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado » Aécio Neves: Estou confiante que o País terá nova chance, mesmo que não seja com PSDB Contra Dilma não há 1 acusação.
As pessoas têm que entender que podem discordar do governo dela, mas a presidenta é honrada e honesta. — Lindbergh Farias (@LindbergFarias) 14 de dezembro de 2015 No caso do Collor, havia crime.
Foram encontradas contas fantasmas do PC farias, depósitos pessoais na conta do ex-presidente e familiares. — Lindbergh Farias (@LindbergFarias) 14 de dezembro de 2015 Vale tudo para fazer a defesa de Dilma, que ocupa praticamente toda a temática do senador nas redes sociais.
Antes de o impeachment chegar ao Senado, Lindbergh não admitia sequer discutir a possibilidade do afastamento.
Cara Pintada Em 1992, quando tinha 22 anos de idade, Lindbergh, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), pintou o rosto de verde e amarelo, liderou o movimento que tomou conta das ruas e pressionou o Congresso a cassar o mandato do mais jovem presidente eleito do País.
Collor elegeu-se em 1989, aos 40 anos, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com denúncias de corrupção e sem apoio político, teve seu governo abreviado pelo Parlamento. » Presidente da CUT-PE diz que Dilma vai descer a rampa com 15 mil pessoas » Teori decidirá sobre pedido de anular impeachment antes de votação no Senado » Movimento Vem pra Rua vai fazer festa em Boa Viagem se impeachment for aprovado Hoje, Lindbergh, assim como Fernando Collor, tem sido um defensor da manutenção do mandato de Dilma e está entre aqueles que classificam a cassação da petista como “golpe das elites”.
Ele é um dos integrantes da tropa de choque do governo petista.
PROPINA Atualmente o petista responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
Ele teria recebido propina desviada da estatal de R$ 2 milhões para financiar a campanha ao governo do Rio em 2014.
Além disso, ele é investigado em quatro procedimentos.
O senador já afirmou “que todas as doações de campanha foram registradas na forma da lei” e que os demais casos foram arquivados.