Por Elio Gaspari, na Folha de são Paulo O deputado Waldir Maranhão deu um toque pitoresco à agonia do petismo.
No mesmo dia em que passou pelo vexame de tentar congelar o trâmite do impedimento de Dilma Rousseff, a repórter Natuza Nery revelou que Thiago Maranhão, filho do doutor, é funcionário do Tribunal de Contas do Estado, com sede em São Luís.
Ele é médico e mora em São Paulo, onde conclui um curso de pós-graduação e trabalha em dois hospitais.
Vale a pena acompanhar as lorotas apresentadas para justificar a boquinha maranhense, que custa à Viúva R$ 6.529,85 mensais.
Edmar Cutrim, o conselheiro em cujo gabinete Thiago abrigou-se, informou que o moço comparece ao local de trabalho “duas, três, quatro vezes por semana”.
A assessoria do pai confirmou que ele trabalhava no tribunal, mas não esclareceu como.
Thiago mantem a boquinha desde o tempo em que era um acadêmico residente em hospitais do Rio.
Seu pai é veterinário e já foi reitor da Universidade Estadual do Maranhão.
A terra que os sustenta tem índices sociais deploráveis.
Os maranhenses vivem cinco anos menos que a média dos brasileiros, e em 2012 o Estado liderava a marca da ruína.
Tem 12,9% da população abaixo da linha de pobreza, o triplo da média nacional (3,6%).
A linha de corte dessa estatística fixa em R$ 70 a renda mensal mínima necessária para a subsistência.
Com a boquinha do doutor Thiago seria possível dobrar a renda de 93 maranhenses.
O deputado veterinário e seu filho médico avançaram sobre a bolsa da Viúva num país onde há três epidemias e Michel Temer fechou um acordo para entregar o Ministério da Saúde ao partido do doutor Maranhão.
Em São Paulo, a capital mais rica do país, há 347 mil pessoas nas filas da rede municipal de saúde.
A espera por uma cirurgia chega a 314 dias.
Horas depois da divulgação do malfeito do dr.
Thiago, o Tribunal de Contas do Maranhão informou que ele foi exonerado.
As grandes empreiteiras estão devolvendo dinheiro à Viúva.
Talvez a oligarquia maranhense pudesse acompanhá-las. É esse o Brasil que começou a mudar.
Primeiro o moço empregou-se sem trabalhar.
Descoberto o ilícito, seus protetores mentiram.
Horas depois tentaram lavar o episódio, exonerando-o.
Mas nem tudo são flores.
Há dias descobriu-se que o fotografo pessoal de Lula recebia R$ 35 mil mensais da Confederação Brasileira de Futebol, cujo presidente não pode pisar nos EUA, onde seu antecessor está em prisão domiciliar.
Nenhum presidente americano teve fotógrafo pessoal depois de deixar a Casa Branca e não há notícia de bilionário que tenha esse luxo.
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