Da ABr - O ministro Teori Zavascki, relator dos processos relativos à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pediu à Presidência da Corte a redistribuição dos pedidos de abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

LEIA MAIS: » Janot quer investigar Aécio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro » Procuradoria pede investigação de Aécio Neves, Eduardo Paes e Carlos Sampaio » Aécio Neves faz crítica, mas PSDB deve indicar Buno Araújo para ministério em governo Temer Em despacho, Teori disse não ver “relação de pertinência imediata” da representação criminal apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Aécio e Cunha, apesar de os indícios contra os dois parlamentares terem surgido em meio às investigações da Lava Jato.

Conforme manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF no pedido de abertura de inquérito contra Aécio, além das acusações contra o tucano feitas pelo doleiro Alberto Yousseff em delação premiada, surgiram “fatos novos” a partir da delação do senador cassado Delcídio do Amaral. » Renan Calheiros se reúne com Temer e Aécio em Brasília » Aécio Neves felicita Anastasia após sua eleição como relator » Aécio Neves quer apressar decisão do Senado e promete que PSDB vai dar apoio a eventual governo Temer Em delação homologada pelo STF, Youssef disse, primeiramente, que o PSDB, por intermédio do senador Aécio Neves, “possuía influência” em uma diretoria de Furnas, juntamente com o PP, e havia o pagamento de valores de empresas contratadas.

Em segundo depoimento, o doleiro declarou que o PSDB, por meio de Aécio Neves, “dividiria uma diretoria em Furnas” com o PP, por meio de José Janene.

Youssef disse ainda que Aécio também “teria recebido valores mensais”, por meio de sua irmã, de uma das empresas contratadas por Furnas, a Bauruense, no período entre os anos de 1994 e 2000/2001. » Veja a íntegra da decisão que afasta Eduardo Cunha » Jarbas Vasconcelos diz que afastamento de Cunha foi “tardio, mas valeu” » Cunha diz que vai recorrer de afastamento determinado por ministro do STF Arquivamento Em um primeiro momento, Janot pediu arquivamento das denúncias contra Aécio por “inexistência de elementos” que “corroborassem” as declarações de Youssef”.

Contudo, com a delação de Delcídio, segundo Janot, surgiram novos elementos que indicam, “com maior robustez”, suposta prática de crimes, “os quais seriam justificadores do aprofundamento das investigações”.

Janot, inclusive, requer juntada de documentos e realização de diligências. » Afastamento de Cunha comprova que processo de impeachment é nulo, diz Cardozo Em relação a Eduardo Cunha, o procurador-geral da República sustenta que, a partir da delação de Delcídio, há indícios da prática de corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro relacionada a participação do peemedebista em fraudes de contratos de Furnas. » Antes de ser afastado, Eduardo Cunha postou mensagem religiosa » Ministro do STF Teori Zavascki afasta Eduardo Cunha do mandato na Câmara » Betinho Gomes comemora decisão sobre Cunha, mas lamenta que Conselho de Ética não tenha “cumprido seu papel” Por meio de sua assessoria de imprensa, Aécio disse estar convicto de que as investigações comprovarão a falsidade das citações feitas e considerou natural e necessário que investigações sejam feitas e que demonstrarão a correção da conduta dele.

Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com a assessoria do deputado Eduardo Cunha.