Estadão Conteúdo - A tentativa do presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que aprovou a abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff - ato do qual o parlamentar recuou no fim da noite desta segunda-feira - levou a oposição e aliados do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a intensificar as articulações para tirar o maranhense do comando da Casa.
LEIA MAIS: » Waldir Maranhão anula votação do impeachment na Câmara » “Não sei as consequências”, diz Dilma sobre anulação do impeachment » Waldir Maranhão revoga decisão de anular aprovação do impeachment na Câmara “A decisão mostra que colocamos um maluco na presidência da Câmara”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, presidente do Solidariedade e aliado de primeira hora de Cunha, antes da revogação ter ocorrido. “É uma decisão de uma pessoa desequilibrada, de um títere, de uma pessoa que está subserviente ao terminal governo do PT”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).
Com a resistência de Cunha a renunciar ao cargo, a opção mais rápida operada principalmente pela oposição é declarar a vacância do posto de presidente da Câmara.
Com apoio de técnicos legislativos, opositores planejam apresentar um recurso ao plenário, pedindo a confirmação de que o cargo está vago. » Mendonça Filho chama anulação do impeachment de aberração » “Ganhamos tempo para nos reorganizar”, diz Lula sobre decisão de Maranhão » Sílvio Costa chama decisão de Maranhão de ‘constitucional’, mas espera posição de Renan A ideia é que o recurso seja apresentado no plenário da Casa, que o remeteria à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Caberia então ao colegiado analisar o pedido e decidir pela vacância, o que provocaria a realização de novas eleições para presidente em até cinco sessões plenárias.
Em outra linha, aliados de Cunha decidiram usar o ato de Maranhão como argumento para aumentar a pressão sobre o peemedebista para que ele renuncie à presidência da Câmara.
A renúncia também provocaria novas eleições em até cinco sessões.
O peemedebista, porém, tem reiterado em entrevistas que não pretende renunciar. » Renan Calheiros decide continuar processo de impeachment » Cunha: decisão de Maranhão é absurda, irresponsável e antirregimental » Somente plenário da Câmara pode interromper impeachment, diz professor da PUC-SP A estratégia da oposição e de lideranças próximas de Cunha também prevê pressão para tutelar atos de Maranhão e até mesmo pressioná-lo a deixar o cargo.
Expulsão » Humberto Costa acredita em anulação definitiva do impeachment » Presidente da OAB-PE condena anulação da tramitação do impeachment na Câmara Outra possibilidade para tentar tirar Maranhão do comando da Câmara é a sua expulsão do PP.
Na segunda-feira, os deputados Júlio Lopes (RJ) e Jerônimo Goergen (RS) protocolaram representações pedindo a expulsão dele e dos outros seis deputados que votaram contra o impeachment, desrespeitando fechamento de questão da sigla a favor do impedimento.
As informações são do jornalO Estado de S.
Paulo.