Em nota assinada pelo presidente do Partido Popular Socialista (PPS) no Recife, o advogado Cláudio Carraly, a legenda se posicionou contra a retirada dos livros distribuídos pelo Ministério da Educação (MEC) que tratam de diversidade sexual na capital pernambucana.
O vereador Carlos Gueiros (PSB) propôs, em fevereiro, o Projeto de Lei 26/2016.
O PL é apoiado pela bancada cristã na Casa e quer proibir o uso de materiais que abordem identidade de gênero na rede municipal.
LEIA TAMBÉM » Polêmica sobre questões de gênero pode deixar alunos do Recife sem livros » Para Rede, proposta de recolher livros didáticos com conteúdo de gênero das escolas é ‘retrocesso’ » Vereadores do Recife repercutem educação de gênero A resposta de Cláudio Carraly foi a um requerimento de uma parte da própria legenda, o PPS-Diversidade.
Leia a íntegra do texto: “Sobre os fatos que trouxeram tão acirrado debate, faz-se necessário relembrar que em 2015 houve uma enorme histeria alimentada ora pelo desconhecimento do tema, ora patrocinada por setores fundamentalistas que cunharam o termo “ideologia de gênero” para defender suas teses.
Esse termo, inexistente na literatura médica ou psicológica, foi instaurado para criar a ideia de que tanto a orientação sexual, quando a identidade de gênero são mutáveis e podem ser estimulados na escola.
A partir disso, a ideia de preparar professores para lidar com a diversidade dentro de sala de aula passou a ser difundido como uma “tentativa de criar homossexuais”.
Como resultado, mais de 800 cidades tiraram identidade de gênero e orientação dos seus planos municipais de educação, deixando de lado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB que afirma ser dever da escola preparar a criança para a vida, o que sem dúvida deve incluir a diversidade, respeito e inclusão.
Por fim, o PPS Recife, por meio do seu presidente, vem afirmar junto aos parlamentares e à sociedade civil que é de suma importância o combate à intolerância e a discriminação em todas as suas formas, e nenhum mecanismo é mais libertador e emancipador que a educação.
Esclarecer nosso educadores sobre a identidade de gênero e orientação sexual visa afastar preconceitos e evitar traumas que sem dúvidas serão apenas ampliados se não enfrentados desde inicio.
Portanto, atendendo ao requerimento apresentado pela Coordenação Nacional do PPS – Diversidade, afirmo posição contraria ao referido Projeto de Lei, requerendo que todos filiados, parlamentares e dirigentes se unam no enfrentamento a essa questão, que é base angular da compreensão do mundo libertário, solidário e humanista que o PPS deseja para todos.” LEIA TAMBÉM » Alepe premia gestões com políticas de gênero exemplares » Pastores pressionam Geraldo Júlio para recolher livros com ideologia de gênero das escolas