Um projeto de lei e dois requerimentos foram apresentados por vereadores do Recife para tentar proibir o uso de livros que abordam diversidade sexual e identidade de gênero na rede municipal.
A prefeitura é contra a restrição.
E você, o que pensa sobre o tema?
Responda ao lado. É de autoria de Carlos Gueiros (PSB, o mesmo partido do prefeito Geraldo Julio) o PL 26/2016, apresentado em fevereiro deste ano, para tentar proibir esses materiais.
O também socialista Luiz Eustáquio apresentou dois requerimentos ao prefeito sobre o assunto, um pedindo informações sobre todos os livros entregues às escolas municipais e outro solicitando a retirada de todo o material didático que contenha qualquer menção a gênero da rede de ensino.
No centro do problema está um livro de ciências para alunos do 5º ano do ensino fundamental, cuja idade regular é 10 anos.
O livro chegou a ser mostrado na Câmara pelos parlamentares, que são evangélicos.
No capítulo sobre sexualidade do ser humano, o livro Juntos Nessa 5, da editora Leya, traz dois parágrafos contestados pelos vereadores.
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A explicação vem em outra parte da mesma página – identidade sexual quer dizer “identificar-se com o sexo masculino ou com o sexo feminino”.
Há outro trecho que fala sobre a união homoafetiva. “Entre os relacionamentos conjugais, existem casais formados por um homem e uma mulher e casais formados por pessoas do mesmo sexo”.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), foram distribuídos 623 livros do aluno e 23 manuais do professor do livro para dez escolas da rede municipal do Recife.
A PCR defende o uso dos títulos e avisa que não arcará com a reposição caso as obras sejam realmente proibidas.
Em nota, o MEC afirma que não há possibilidade de substituição dos exemplares.
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