Sílvio Costão, pelo facebook “Eu não votei em Eduardo Cunha para presidente da Câmara (02/02/2016).
Eu fiz campanha contra, alertei aos deputados para o perigo, e fiz isso porque sabia da trajetória política e no poder público de Eduardo Cunha (PMDB/RJ), desde o Rio de Janeiro.
A maioria, inclusive de deputados de Pernambuco, preferiu correr o risco ao eleger Cunha.
Agora, eles posam de paladinos da ética, na verdade, pseudos paladinos da ética.
Vejo, agora, muitos desses deputados que fizeram campanha e elegeram Cunha presidente da Casa - apenas para derrotar o candidato de Dilma -, colocarem-se como opositores daquele que era visto como o que tinha condições de derrubar a presidenta da República.
Lamento que a política tenha sido usada de forma tão pequena, a ponto de causar tantos danos ao País.
Vejo, agora, deputados - antes aliados de Cunha - apresentarem-se como combatentes do presidente da Câmara, o que não foram até que as primeiras denúncias contra Cunha aparecessem na imprensa.
Apresentam-se como paladinos da moralidade, na verdade, pseudos paladinos da moralidade.
Quem elegeu Cunha foram os que agora posam de pseudos paladinos da ética e da moralidade.
Não podem dizer que não sabiam sobre Cunha.
Se não sabiam, foram avisados a tempo de não elegê-lo.
Cunha servia, porém, para atingir o objetivo final: derrubar a presidente Dilma.
Tenho orgulho de ter combatido Eduardo Cunha desde o momento em que tomou posse na presidência da Câmara.
Enfrentei e denunciei o seu poder ditatorial, as manobras regimentais e os seus abusos de poder na Câmara.
Os embates se tornaram frequentes e, no dia 9 de abril de 2015, já ocupava a tribuna da Casa para conclamar meus pares a reagirem e enfrentarem o poder imperial de Cunha.
Eu o acusei de violar sistematicamente o regimento da Câmara e a Constituição Federal com decisões autocráticas nas votações e na direção da Casa.
Todos os deputados que me apartearam saíram em defesa de Cunha.
O Brasil perdeu ali. ‘Antes tarde do que nunca’, disse a presidenta Dilma sobre a suspensão de Cunha pelo STF.
Ela que é a maior vítima dessa tragédia política.
Faço dela as minhas palavras.
Me entristece, porém, ver aqueles que patrocinaram a eleição de Eduardo Cunha, inclusive deputados de Pernambuco, agora esconderem o que fizeram e posarem de paladinos da ética, com a qual não se preocuparam no tempo certo”.