No jornal Diário de Notícias, em São Paulo À página 41 da decisão de 73 páginas em que manda afastar Eduardo Cunha do mandato e da Presidência da Câmara, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), transcreve mensagens por celular entre o deputado e Léo Pinheiro, da Construtora OAS.
Uma delas fala de um certo ‘Michel’ que teria sido contemplado com R$ 5 milhões pelo empreiteiro.
Para os investigadores da Operação Lava Jato ‘Michel’ é referência ao vice-presidente Michel Temer (PMDB).
A citação de Teori a ‘Michel’ tem base no pedido de afastamento de Eduardo Cunha protocolado em dezembro de 2015 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ao STF, o procurador apresentou onze argumentos para tirar Eduardo Cunha de cena.
No documento, Janot transcreveu mensagens trocadas entre o então presidente da Câmara e Léo Pinheiro que foi preso na Lava Jato em novembro de 2014 e fez delação premiada para ficar livre.
Teori resumiu assim o diálogo que cita ‘Michel’ e ‘a turma’: “Há ainda, outras mensagens em que Eduardo Cunha cobra supostos compromissos que Léo Pinheiro tinha com ‘a turma’, que teriam sido inadvertidamente adiados: ‘Eduardo Cunha cobrou Léo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel - a quantia de R$ 5 milhões - tendo adiado os compromissos com a turma, que incluiria Henrique Alves, Geddel Vieira, entre outros.
Léo Pinheiro pediu para Eduardo Cunha ter cuidado com a análise, pois poderia mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos.’” Em dezembro de 2015, quando este diálogo entre Eduardo Cunha e Léo Pinheiro foi revelado, o a assessoria do próprio vice-presidente distribuiu nota confirmando o recebimento de R$ 5,2 milhões da empreiteira.
Segundo o texto, o valor se referiu a ‘doações ao PMDB devidamente registradas no partido e na prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral.